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Dezenas são detidos em protestos pró-palestinos na Trump Tower
Cerca de 200 ativistas de uma organização judaica americana que apoia a causa palestina realizaram, nesta quinta-feira (13), uma manifestação relâmpago dentro da Trump Tower, a residência nova-iorquina do presidente dos Estados Unidos, denunciando sua ofensiva contra a liberdade de expressão.
Eles invadiram o saguão do hotel, aos pés da escada rolante dourada que Trump desceu solenemente para anunciar sua candidatura à presidência em 2015.
Vestidos com camisetas vermelhas com letras brancas, em referência ao movimento Make America Great Again (MAGA, "Façam os Estados Unidos Grandes Novamente", em tradução livre), popularizado por Donald Trump, os manifestantes tomaram o vigiado arranha-céu de Manhattan no final da manhã para exibir faixas e gritar palavras de ordem contra o dono do local.
Segundo a polícia, pelo menos 98 pessoas foram detidas por invasão de propriedade privada, entre outros delitos. Ao anoitecer, a Trump Tower recuperou a calma.
"Lutem contra os nazistas, não contra os estudantes", entoaram antes que alguns fossem presos, conforme constataram jornalistas da AFP.
Os manifestantes, convocados pela organização Jewish Voice for Peace, protestaram contra a prisão, no último fim de semana, de uma figura proeminente dos protestos pró-palestinos na Universidade de Columbia, que provocou indignação entre os defensores da liberdade de expressão.
"Liberdade para Mahmoud, liberdade para a Palestina", dizia uma das faixas, em referência à detenção, à espera de deportação, de Mahmoud Khalil, que possui um green card de residente permanente nos Estados Unidos.
O jovem atuou como porta-voz de um movimento estudantil de Columbia contra a guerra de Israel em Gaza.
- 'Fascistas' -
A prisão de Khalil revela "que estamos à beira de uma tomada total de poder por parte de um regime autoritário", disse Jane Hirschmann, que se descreve como uma descendente de sobreviventes do Holocausto.
"Como judeus conscientes, conhecemos nossa história e aonde ela nos leva. Isso [que está acontecendo] é que fazem os fascistas", acrescentou.
"Estou aqui para [...] exigir que o nosso judaísmo não seja usado como arma para violar os direitos dos americanos e acabar com a democracia", explicou James Schamus, que se apresentou como um "professor judeu" em Columbia.
Para ele, a luta contra o antissemitismo promovida por Donald Trump é uma "cortina de fumaça".
A ideia de que "criticar Israel é antissemita e que alguém pode ser sequestrado em nossas ruas e expulso do país por expressar opiniões políticas sobre esse conflito no exterior deveria causar calafrios de terror", acrescentou.
Nos últimos dias, o presidente Trump tem atacado as universidades e prometido medidas orçamentárias de represália contra instituições que não combatam o antissemitismo.
A administração do magnata republicano já cortou 400 milhões de dólares (R$ 2,30 bilhões) em subsídios e contratos com Columbia.
Esta última anunciou nesta quinta que já realizou punições, entre elas "suspensões de vários anos, revogações temporárias de diplomas e expulsões" contra estudantes pró-palestinos que participaram da ocupação do campus da universidade na primavera boreal de 2024.
Trump também ameaça deportar estrangeiros que participem dos protestos. Nesse sentido, prometeu que o processo contra Khalil será seguido por "muitos outros".
D.Moore--AMWN