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Hamas liberta quatro soldados israelenses em troca de 200 prisioneiros palestinos
O Hamas libertou, neste sábado (25), quatro reféns israelenses em troca de 200 detidos palestinos na segunda troca prevista pelo acordo de cessar-fogo na guerra de Gaza, embora um desentendimento de última hora tenha impedido que centenas de milhares de deslocados retornassem ao norte do território palestino.
Esta segunda troca ocorre quase uma semana após a entrada em vigor de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, devastada após mais de 15 meses de guerra entre Israel e Hamas.
As quatro militares israelenses, sequestradas no ataque sem precedentes do grupo islamista em 7 de outubro de 2023, foram entregues primeiro à Cruz Vermelha, que as transferiu para o Exército israelense.
Pouco depois de cruzarem para o território israelense, as militares puderam se reunir com seus pais. Em seguida, um helicóptero as levou para um hospital em Petah Tikvah, perto de Tel Aviv, e tiveram sua condição declarada "estável".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a libertação das soldados foi um "momento muito feliz pelo qual estivemos esperando durante muito tempo".
Antes de subir nos veículos da Cruz Vermelha, as quatro foram apresentadas em um palco em uma praça na Cidade de Gaza, onde se reuniram dezenas de combatentes armados e com os rostos cobertos.
As quatro, vestindo uniforme verde, acenaram sorrindo para a multidão, indicaram jornalistas da AFP no local.
- "Um sentimento indescritível" -
Com idades entre 19 e 20 anos, Daniella Gilboa, Karina Ariev, Liri Albag e Naama Levy prestavam serviço militar em tarefas de vigilância perto da Faixa de Gaza quando foram sequestradas durante o ataque dos islamistas.
Recém-libertada, Liri Albag agradeceu em um vídeo aos israelenses pelo apoio.
"Eu amo vocês, todos vocês, cidadãos do Estado de Israel que apoiaram as famílias e as reconfortaram, e a vocês, soldados de Tsahal, que fizeram o máximo por nós. Muito obrigada, amo vocês", disse na gravação.
Israel anunciou, por sua vez, que libertou 200 palestinos detidos em suas prisões.
Desses, vários grupos chegaram a Ramallah, na Cisjordânia, um território ocupado por Israel, onde foram recebidos por milhares de pessoas. Outros foram transferidos para Gaza.
Na lista estão 120 condenados à prisão perpétua, dos quais 70 terão que se exilar fora dos Territórios Palestinos, de acordo com uma fonte palestina.
"É um sentimento indescritível", disse um deles pela janela do ônibus em que viajava, segundo imagens da rede.
Entre os libertados está Mohamed Tous, o palestino detido há mais tempo em Israel, segundo a organização Clube dos Prisioneiros Palestinos. Aos 69 anos, esse membro do Fatah, o movimento fundado por Yasser Arafat, estava na prisão desde 1985.
Desde o início da semana, o Hamas afirma que, segundo os termos do acordo, o Exército israelense deve permitir o passagem de palestinos do sul da Faixa de Gaza para o norte através do "Corredor de Netzarim", eixo leste-oeste controlado pelo Exército israelense e que divide o território ao norte da cidade de Nuseirat.
Mas Israel condiciona o retorno desses deslocados à libertação de uma refém civil, Arbel Yehud, cuja saída do cativeiro estava prevista para este sábado, segundo as autoridades israelenses. Dois dirigentes palestinos garantiram à AFP que a mulher está "bem de saúde" e será libertada na próxima troca.
- 33 reféns por 1.900 prisioneiros -
Esta nova troca ocorre no âmbito da trégua por fases após mais de 15 meses de guerra.
Na primeira etapa, que deve durar seis semanas, está prevista a libertação de 33 reféns em troca de 1.900 prisioneiros palestinos.
O Exército israelense disse neste sábado estar muito preocupado com a situação das duas últimas crianças reféns, de uma família de origem argentina, que permanecem na Faixa de Gaza.
O ataque de Hamas resultou na morte de 1.210 pessoas, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Além disso, 251 pessoas foram sequestradas, das quais 91 permanecem em Gaza, embora 34 estivessem mortas, segundo o Exército israelense.
A trégua permitiu a entrada, em menos de uma semana, de vários milhares de caminhões de ajuda humanitária no pequeno território.
O.Karlsson--AMWN