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Atual presidente da Croácia e seu rival conservador passam para 2º turno das eleições presidenciais
O atual presidente da Croácia, Zoran Milanovic, ficou a poucos votos de vencer no primeiro turno das eleições presidenciais e enfrentará o candidato do partido conservador governista, Dragan Primorac, dentro de duas semanas, anunciou neste domingo (29) a Comissão Eleitoral.
Milanovic, cuja candidatura foi apoiada pelo Partido Social-Democrata (SDP), conquistou 49,20% dos votos, à frente de Primorac, que obteve 19,43%, segundo os resultados oficiais após a contagem das cédulas em quase 99% das seções eleitorais.
Anteriormente, uma pesquisa de boca de urna realizada pelo instituto Ipsos e publicada após o fechamento dos centros de votação havia apontado Milanovic como vencedor da eleição com 51,48% dos votos, o que seria suficiente para garantir a vitória no primeiro turno.
Com Milanovic como favorito, as pesquisas dos últimos dias previam um segundo turno em 12 de janeiro contra Primorac, de 59 anos, seu principal rival e apoiado pelos conservadores (HDZ) do primeiro-ministro Andrej Plenkovic.
Durante a campanha, o atual presidente, de 58 anos, dizia que Primorac é "falso como uma nota de 13 euros e entediante como um jogo amistoso".
Por sua vez, Primorac alegava que Milanovic é "um presidente para quem nada é sagrado, nem a pátria nem o trabalho" e que, além disso, "ele acorda às 11h30".
- Contexto de inflação e corrupção -
O número de eleitores que compareceram às urnas neste domingo foi significativamente inferior ao das eleições legislativas de abril. A participação foi de 46%, em comparação a 62% nas legislativas.
As eleições ocorrem em um contexto de inflação alta, corrupção generalizada e escassez de mão de obra.
Na Croácia, o presidente é o chefe das forças armadas e o representante internacional deste país de 3,8 milhões de habitantes, membro da União Europeia (UE) e da Otan.
Embora tenha poucos poderes, os croatas veem o presidente como o garante do equilíbrio político.
Para Nenad Horvat, eleitor de Zagrebe entrevistado pela AFP, o atual presidente é "a última barreira para evitar que todas as alavancas do poder caiam nas mãos do HDZ".
Durante a campanha, os dois principais candidatos trocaram insultos e provocações.
Primeiro-ministro de 2001 a 2015, Milanovic é um dos políticos mais populares do país. Ele deixou de prometer uma Croácia "progressista, moderna e aberta" no início do seu atual mandato e passou a usar uma retórica populista e muitas vezes ofensiva.
Ele denuncia a agressão russa contra a Ucrânia, mas também critica a ajuda militar ocidental a Kiev.
A Croácia forneceu ajuda à Ucrânia, incluindo militar, no valor de 300 milhões de euros (R$ 1,94 bilhão na cotação atual).
J.Williams--AMWN