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Trump se opõe 'veementemente' ao uso de mísseis dos EUA para atacar a Rússia
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse que se opõe "veementemente" ao uso de mísseis de longo alcance dos EUA pela Ucrânia na Rússia, ao mesmo tempo em que promete não abandonar Kiev, em um artigo publicado nesta quinta-feira (12) pela revista Time.
"Eu me oponho veementemente ao envio de mísseis a centenas de quilômetros da Rússia. Por que estamos fazendo isso? [...] Estamos apenas escalando essa guerra e piorando-a", disse o republicano em comentários feitos em 25 de novembro, segundo a Time, antes de seu encontro com os presidentes da França e da Ucrânia, Emmanuel Macron e Volodimir Zelensky, por ocasião da reabertura da Catedral de Notre-Dame, em Paris.
Nesta quinta-feira, a Time nomeou Trump como a Personalidade do Ano de 2024.
Os mísseis ATACMS têm um alcance máximo de 300 quilômetros. "Quero chegar a um acordo, e a única maneira de chegar a um acordo é não se render", acrescentou ele quando perguntado se pretendia encerrar o apoio a Kiev.
Depois de receber o sinal verde de Washington e Londres em novembro para disparar mísseis de longo alcance ATACMS dos EUA e Storm Shadow da Grã-Bretanha contra o território russo, Kiev realizou ataques na Rússia usando essas armas precisas, provocando a ira de Moscou.
O presidente Vladimir Putin ameaçou usar o míssil hipersônico experimental Orechnik da Rússia, que pode transportar uma carga nuclear, para bombardear centros estratégicos de tomada de decisões em Kiev, bem como países ocidentais que ajudarem a Ucrânia a atacar o solo russo.
O Kremlin disse nesta quinta-feira que o Exército russo responderá "obrigatoriamente" ao ataque ucraniano de quarta-feira a um aeródromo militar russo com mísseis ATACMS dos EUA, uma linha vermelha para Putin.
O porta-voz da Casa Branca, John Kirby, disse à imprensa que "não entraria em um cabo de guerra" com a administração do presidente eleito Trump sobre os comentários.
"Tudo o que posso fazer é reiterar qual tem sido a política e orientação do presidente Biden, e fazer tudo o que pudermos [...] para garantir que, quando chegar o momento de algum tipo de negociação, o presidente Zelensky esteja na melhor posição possível", acrescentou.
F.Dubois--AMWN