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Eurocâmara aprova nova Comissão Europeia, que deve reforçar a economia e a defesa do bloco
Os eurodeputados aprovaram, nesta quarta-feira (27), a nova composição da Comissão Europeia, que iniciará um mandato em 1º de outubro que, segundo sua presidente, Ursula von der Leyen, terá como objetivo o reforço da defesa e da economia do bloco.
Os eurodeputados aprovaram a nova composição do Poder Executivo da União Europeia (UE) por 370 votos a favor, 282 contrários e 36 abstenções.
Ao apresentar sua equipe de 26 comissários e comissárias, Von der Leyen, que vai liderar a Comissão pelo segundo mandato, alertou que a UE "não tem tempo a perder" para reforçar sua defesa e sua economia.
"Não temos tempo a perder e devemos ser tão ambiciosos quanto as ameaças são graves", disse a alemã no plenário do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França.
"A segurança europeia será sempre uma prioridade para esta Comissão", acrescentou.
A guerra, disse Von der Leyen, está nas "fronteiras da Europa e devemos estar preparados para o que nos aguarda".
A dirigente alemã destacou que a liberdade e a soberania do bloco europeu dependem "mais do que nunca" da sua força econômica.
Ela disse que uma das prioridades da nova Comissão será o fortalecimento da competitividade do bloco.
Von der Leyen antecipou que está disposta a liderar um "diálogo" com a indústria automotiva da UE. Os contatos serão mantidos "sob minha direção, porque dou grande importância a este setor. Milhões de postos de trabalho dependem dele", disse.
O setor, disse Von der Leyen, enfrenta uma "transição muito profunda e disruptiva".
A UE decidiu eliminar os automóveis com motor de combustão interna a partir de 2035, com metas intermediárias até 2025 em termos de emissões. As montadoras pedem ajuda ao bloco para a adaptação às novas normas.
- Acordo -
A definição dos integrantes da Comissão havia sido bloqueada na semana passada, mas um acordo entre os três principais blocos políticos acabou com o impasse e abriu caminho para a sessão desta quarta-feira.
A aprovação da nova Comissão foi possível graças a um acordo entre o Partido Popular Europeu (PPE, direita), os Socialistas e Democratas (S&D, centro-esquerda) e o Renew (liberais centristas).
Além disso, o pacto compromete o PPE a permanecer na aliança, um pilar fundamental dos grandes acordos no Parlamento Europeu, e impede que o partido busque constituir maioria com a extrema direita.
O processo havia sido obstruído pelas objeções do S&D e do Renew à nomeação do italiano Rafaelle Fitto, do partido de extrema direita Irmãos de Itália, como um dos vice-presidentes da Comissão.
Em contrapartida, o PPE expressou oposição à designação da socialista espanhola Teresa Ribera como primeira vice-presidente, o que deixou o processo em um impasse.
Mas Von der Leyen tinha pressa em conseguir a confirmação de sua equipe, já que a UE busca desesperadamente definir um plano para enfrentar os desafios geopolíticos que o bloco tem pela frente.
- Desafios -
O mais urgente é representado pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca e a possibilidade de tensões comerciais.
A nova Comissão também deve elaborar um plano coletivo para lidar com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o conflito no Oriente Médio e as crescentes tensões comerciais com a China.
A direita controla 15 das 26 pastas da Comissão. Para o alemão Manfred Weber, presidente do PPE, o bloco majoritário no Parlamento Europeu, trata-se de uma equipe "muito equilibrada".
Weber, no entanto, recebeu fortes críticas por sua disposição de estabelecer uma aproximação com os partidos de extrema direita no Parlamento em busca de apoio.
Nesta quarta-feira, a líder do bloco S&D, a espanhola Iraxte García, advertiu que "os acordos devem ser cumpridos". O apoio social-democrata ao acordo com a direita e os centristas "não é um cheque em branco", acrescentou.
A designação do ultradireitista Fitto continua sendo uma ferida aberta e mais de 20 legisladores do bloco S&D votaram contra a nova Comissão, enquanto outros optaram pela abstenção.
Da mesma forma, mais de 20 eurodeputados do PPE (a maioria procedente do Partido Popular da Espanha) votaram contra a presença de Ribera na Comissão.
O bloco dos Verdes também chegou dividido à votação.
O.Karlsson--AMWN