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Hezbollah reivindica novos ataques contra áreas militares de Israel após bombardear uma base
O movimento libanês Hezbollah afirmou nesta segunda-feira (14) que atacou uma base naval e um quartel de Israel, um dia após o ataque letal com drones contra uma base militar ao sul da cidade de Haifa que matou quatro soldados e feriu mais de 60 pessoas.
Após meses de confrontos transfronteiriços entre Israel e o movimento pró-Irã, aliado do palestino Hamas, o exército israelense intensificou os bombardeios aéreos no Líbano em 23 de setembro e, uma semana depois, iniciou uma ofensiva terrestre no país vizinho.
Nesta segunda-feira, o Hezbollah anunciou que atacou uma base naval perto de Haifa, no norte de Israel, e um quartel perto de Netanya, uma cidade costeira ao norte de Tel Aviv.
O exército israelense, por sua vez, afirmou que interceptou projéteis procedentes do Líbano no centro do país, além de dois drones que se aproximavam da Síria.
O Hezbollah também anunciou que atacou soldados israelenses na localidade de Marun al Ras, sul do Líbano, e que disparou obuses contra tropas de Israel que tentavam "infiltrar-se" na zona de fronteira.
Os disparos do Hezbollah aconteceram um dia após o ataque mais violento em Israel desde 23 de setembro, que matou quatro soldados e deixou sete feridos em um campo de treinamento da brigada Golani em Binyamina, ao sul de Haifa, na região norte de Israel.
O comandante do Estado-Maior do exército israelense, general Herzi Halevi, admitiu nesta segunda-feira que o ataque foi um golpe "doloroso".
Segundo a United Hatzalah, uma organização de socorristas voluntários, o bombardeio com drones explosivos deixou mais de 60 feridos.
O movimento pró-Irã alertou Israel em um comunicado que o ataque ao sul de Haifa não foi mais que o "prelúdio do que o aguarda caso decida continuar com as agressões contra nosso povo".
Após enfraquecer o Hamas em Gaza, Israel deslocou a maior parte de suas operações para o Líbano e afirma que o objetivo é permitir o retorno de quase 60 mil israelenses deslocados do norte do país pelos lançamentos de projéteis do grupo islamista.
As operações, iniciadas em 23 de setembro, deixaram mais de 1.300 mortos no Líbano, segundo uma contagem da AFP, e quase 700 mil deslocados, segundo a ONU.
- "Imediatamente" -
O Ministério da Saúde libanês afirmou nesta segunda-feira que Israel "continua tomando as equipes médicas, de resgate e os paramédicos como alvos"” e denunciou um bombardeio efetuado na véspera contra um "centro médico" de Sidikkin, no sul do país, que deixou um morto.
Os combates no Líbano também atingiram a força de paz da ONU mobilizada no sul do Líbano, a Unifil.
O organismo acusou o exército israelense de disparos "repetidos" e "deliberados" contra suas instalações e denunciou "violações escandalosas" de suas posições, depois que tanques israelenses entraram "à força" em uma delas.
O exército israelense afirmou que um de seus tanques, "que tentava retirar soldados feridos [...] colidiu com um posto da Unifil".
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, cujo país tem capacetes azuis no Líbano, afirmou que as tropas Unifil não deixarão a região e criticou seu homólogo israelense, Benjamin Netanyahu, por ter exigido no domingo que a ONU colocasse os seus soldados "fora de perigo imediatamente".
"Os ataques contra as forças de paz violam o direito internacional...(e) podem constituir um crime de guerra", afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres.
- Tensões com o Irã -
Tanto a guerra entre o Hamas e o exército israelense em Gaza como o conflito no Líbano foram acompanhados por um agravamento da tensão entre Israel e Irã, que lançou quase 200 mísseis contra o seu arqui-inimigo no dia 1º de outubro. Um ataque que as autoridades israelenses ameaçaram responder.
O governo dos Estados Unidos anunciou o envio de um sistema de defesa antimísseis de grande altitude THAAD a Israel para apoiar o país contra Teerã.
Na Faixa de Gaza, onde Israel lançou uma intensa ofensiva em resposta ao ataque de 7 de outubro de 2023 dos combatentes do Hamas contra o sul do seu território, o exército anunciou nesta segunda-feira que bombardeou um "centro de comando e controle que fica em um complexo que abriga o hospital Mártires de Al Aqsa", na cidade de Deir el Balah, no centro da Faixa.
A Defesa Civil de Gaza afirmou que o ataque deixou quatro mortos e vários feridos. Também indicou que esta foi a sétima vez que um bombardeio atingiu as "tendas de deslocados" dentro do hospital.
No ataque de 7 de outubro de 2023 em solo israelense, milicianos do Hamas mataram 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses e que inclui reféns mortos em cativeiro em Gaza.
Ao menos 42.289 palestinos, a maioria civis, morreram na ofensiva israelense no território, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.
P.Santos--AMWN