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Biden e Trump se enfrentam em primeiro debate crucial
O presidente democrata Joe Biden e seu antecessor republicano Donald Trump, praticamente empatados nas pesquisas, se enfrentam nesta quinta-feira (27) no primeiro debate das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, após meses de ataques verbais.
Milhões de americanos assistirão o evento, que começará às 21H00 locais (22H00 de Brasília) na Geórgia, um dos estados mais disputados das eleições.
O democrata de 81 anos e o republicano, de 78, estão em empate técnico nas intenções de voto.
Segundo uma pesquisa publicada na quarta-feira pela Universidade de Quinnipiac, Trump tem 49% das intenções de voto, contra 45% para Biden, a nível nacional. Outra pesquisa, divulgada no domingo pelo canal Fox, mostra o democrata à frente (50% a 48%).
Os dois partidos esperam que duelo de uma hora e meia permita conquistar votos entre os indecisos, que podem ser cruciais em novembro.
Apesar da falta de carisma, o atual presidente apresenta-se como protetor da democracia, diante de um rival temperamental e propenso a falsas digressões, que nunca reconheceu a sua derrota em 2020.
- Normas rígidas -
O debate terá dois moderadores, os jornalistas da CNN Jake Tapper e Dana Bash, e seguirá normas rigorosas.
Em uma tentativa de evitar a cacofonia do primeiro debate de 2020, durante o qual Biden e Trump passaram uma hora e meia gritando e interrompendo as falas do outro, a emissora desligará o microfone de cada candidato quando terminar o tempo de resposta estipulado.
Além disso, o programa não terá plateia, nem teleprompter, o dispositivo que exibe textos aos apresentadores de televisão e políticos em seus discursos, o que permite a leitura sem tirar os olhos da câmera.
Biden, o presidente mais velho da história do país, passou dias reunido com assessores para se preparar para o debate. Ele deseja tranquilizar o país, mais preocupado com a sua evidente fragilidade física do que com o estado de saúde de seu adversário, que é apenas três anos mais jovem.
"Na mídia, muitos já estão dispostos a entregar um troféu a Joe Biden se ele conseguir permanecer de pé durante 90 minutos", disse Jason Miller, assessor da campanha republicana.
O ex-presidente insinuou que o rival será "dopado" antes do debate.
Trump deseja explicar em Atlanta, capital da Geórgia, os seus planos para controlar a inflação, garantir a segurança na fronteira com o México e acabar com as guerras no mundo, disse Miller.
- Visões opostas -
As eleições apresentam duas visões radicalmente opostas dos Estados Unidos, que abordam principalmente o poder aquisitivo e a migração.
Neste sentido, Biden tenta estabelecer uma distância da retórica de seu rival, que acusa os migrantes, muitos deles latino-americanos, de "envenenar o sangue" do país.
O debate desta quinta-feira será excepcional em todos os sentidos.
Os americanos nunca tiveram que decidir entre candidatos de tanta idade, nem considerar se dever confiar as chaves da Casa Branca a um ex-presidente condenado em um processo de pagamentos ocultos a uma atriz pornô e que enfrenta o risco de pena de prisão.
As eleições têm outro candidato: o independente Robert Kennedy Jr., que denuncia a sua exclusão do debate.
O sobrinho do presidente assassinado John Fitzgerald Kennedy, com reduzidas possibilidades de vitória, organizará um evento nesta quinta-feira em Los Angeles (Califórnia), que será exibido ao vivo na rede social X.
Um segundo debate está programado para 10 de setembro, dois meses antes das eleições.
L.Harper--AMWN