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Rússia culpa EUA por ataque ucraniano que deixou 5 mortos na Crimeia
Ao menos cinco pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas neste domingo (23) em um bombardeio ucraniano contra a península da Crimeia, anexada pela Rússia, que denunciou a "responsabilidade" dos Estados Unidos no ataque devido ao fornecimento de armas a Kiev.
"A responsabilidade do bombardeio deliberado com mísseis contra os civis em Sebastopol recai principalmente em Washington, que forneceu essas armas à Ucrânia", mas também às autoridades de Kiev, afirmou o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado.
Os ataques contra a cidade portuária de Sebastopol, que abriga o quartel-general da frota russa no Mar Negro, "não ficarão sem resposta", acrescenta a nota.
Segundo o Exército russo, a Ucrânia utilizou cinco mísseis ATACMS e quatro deles foram "interceptados".
Em abril, o governo dos Estados Unidos anunciou o envio de mísseis ATACMS de maior alcance para a Ucrânia, que solicitava este tipo de armamento há muito tempo para conseguir atacar além da linha de frente.
No final de maio, Washington concordou que os ucranianos utilizassem armas americanas para atacar, em determinados casos, alvos militares em território russo próximos da cidade de Kharkiv.
A decisão foi tomada após o início, nos primeiros dias de maio, de uma ofensiva terrestre surpresa russa na região.
Ucrânia e Estados Unidos não reagiram até o momento ao bombardeio em Sebastopol, que segundo o governador designado por Moscou, Mikhail Razvoyaiev, deixou cinco mortos, incluindo três crianças, e mais de 100 feridos.
Outras cinco crianças estão na UTI, informou Razvoyaiev em um vídeo publicado no Telegram.
O Exército ucraniano "atingiu Sebastopol a plena luz do dia com mísseis balísticos 'cluster'" (de fragmentação), declarou. Segundo o governador, os destroços dos mísseis abatidos caíram em "áreas da costa".
Vídeos publicados pela imprensa russa mostram pessoas fugindo de uma praia quando escutam as explosões. A AFP não conseguiu verificar a autenticidade das imagens com fontes independentes.
Sebastopol, alvo frequente de ataques, fica na península da Crimeia, anexada por Moscou desde 2014 e ponto logístico fundamental para o Exército russo.
A Ucrânia, que enfrenta uma ofensiva russa há mais de dois anos, responde com ataques frequentes contra regiões russas ou zonas ocupadas.
O Ministério da Defesa russo declarou que Kiev cometeu "um ataque terrorista contra a infraestrutura civil em Sebastopol, com mísseis táticos americanos ATACMS carregados com bombas da fragmentação".
A pasta explicou que quatro mísseis foram abatidos e o quinto mudou de trajetória após ser interceptado, o que provocou a explosão da carga no céu, sobre a cidade de Sebastopol.
- Bombardeios em Kharkiv -
A Rússia bombardeou neste domingo Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, na região nordeste do território. Os ataques deixaram um morto e dez feridos, incluindo dois adolescentes, segundo o governador Oleh Synehubov.
A cidade, perto da fronteira com a Rússia, já havia sido alvo de ataques no sábado, que deixaram dois mortos e quase 50 feridos, segundo as autoridades ucranianas.
Kharkiv está parcialmente privada de energia elétrica e o metrô está paralisado, informou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, que voltou a pedir o envio de sistemas de defesa aérea.
A operadora de energia elétrica Ukrenergo prevê apagões em toda a Ucrânia na segunda-feira devido aos danos à rede após os ataques russos.
Também neste domingo, um ataque ucraniano com drones provocou uma morte e deixou três feridos em Graivoron, uma localidade do oblast (província) russo de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, informou o governador Vyacheslav Gladkov.
Belgorod também é alvo frequente de ataques ucranianos. Kiev afirma que se defende desta maneira dos ataques russos contra o seu território.
O presidente Zelensky insistiu neste domingo que os países aliados devem ajudar Kiev a intensificar os ataques em território russo.
"Temos determinação suficiente para destruir os terroristas em seu território. Precisamos da mesma determinação por parte dos nossos aliados", destacou o presidente.
A.Mahlangu--AMWN