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EUA prioriza envios de mísseis antiaéreos à Ucrânia para enfrentar bombardeios russos
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (20), que darão prioridade às entregas de mísseis antiaéreos para a Ucrânia, a fim de enfrentar uma campanha de bombardeios russos "maciços" contra as centrais energéticas ucranianas, que provocam cortes de eletricidade.
Para mitigar esses apagões, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu a instalação "o mais rápido possível" de painéis solares em "cada escola e cada hospital" da ex-república soviética, que enfrenta há mais de dois anos uma invasão russa.
Infraestruturas energéticas ucranianas, incluindo uma central, foram danificadas em um bombardeio noturno que deixou sete funcionários feridos, anunciaram nesta quinta-feira as autoridades.
Segundo a operadora ucraniana DTEK, este foi o sétimo ataque contra centrais elétricas ucranianas nos últimos três meses.
- Prioridade para a Ucrânia -
Os Estados Unidos "tomaram a difícil, mas necessária decisão de voltar a priorizar as entregas previstas a curto prazo de vendas militares para outros países, particularmente mísseis Patriot e NASAMS, para enviá-los à Ucrânia", anunciou em Washington o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
"As entregas desses mísseis para outros países que atualmente estão na fila terão de ser adiadas", acrescentou, esclarecendo que esses atrasos não afetarão os envios desse tipo de equipamento para Taiwan ou para Israel.
Os Estados Unidos têm sido um apoio militar fundamental para a Ucrânia, comprometendo mais de US$ 51 bilhões (R$ 276,6 bilhões) em armas, munições e outras ajudas de segurança desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala em fevereiro de 2022.
A Romênia prometeu, por sua vez, enviar à Ucrânia um sistema antiaéreo americano Patriot. Esse sistema foi progressivamente adotado pelas forças armadas de vários países da Otan, que se mostram reticentes em entregá-los à Ucrânia porque alegam que precisam deles para proteger seus próprios territórios.
- Putin adverte a Coreia do Sul -
O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu a Coreia do Sul que enviar armas para a Ucrânia seria um "grande erro" e que a Rússia poderia, em resposta, enviar material bélico para a Coreia do Norte.
Se a Coreia do Sul enviar armas para Kiev, "tomaremos a decisão correspondente, que provavelmente não será do agrado dos atuais dirigentes da Coreia do Sul", acrescentou.
"Aqueles que enviam [mísseis para a Ucrânia] pensam que não estão combatendo contra nós, mas já disse [...] que nos reservamos o direito de fornecer armas para outras regiões do mundo, de acordo com nossos acordos com a RPDC" (República Popular Democrática da Coreia, ou Coreia do Norte), sublinhou.
Os Estados Unidos consideraram "muito preocupante" a declaração de Putin.
O envio de armas russas para o isolado país comunista "poderia desestabilizar a península coreana, potencialmente, dependendo do tipo de armas, e poderia violar as resoluções do Conselho de Segurança que a própria Rússia apoiou", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
- Infraestruturas energéticas -
O Ministério da Energia ucraniano informou que o Exército russo atacou infraestruturas energéticas em quatro províncias, incluindo a capital, Kiev.
No total, "sete funcionários ficaram feridos", um dos quais está em estado grave, precisou.
Um técnico foi ferido por "fogo russo" enquanto trabalhava em uma fiação na região oriental de Donetsk, informou a mesma fonte.
O Ministério da Defesa russo reivindicou a responsabilidade por um "ataque agrupado" contra as infraestruturas energéticas ucranianas, em "resposta" a bombardeios de locais russos semelhantes.
Zelensky afirmou que os bombardeios russos já destruíram metade da capacidade energética da Ucrânia.
O diretor-geral da DTEK, Maxim Timchenko, advertiu que a Ucrânia poderia enfrentar "uma grave crise neste inverno" se seus aliados ocidentais não se mobilizarem para ajudar o país a reconstruir sua rede energética.
- Bombardeios na Rússia -
Drones ucranianos bombardearam na madrugada desta quinta-feira depósitos de petróleo em território russo, assim como na província de Krasnodar (sudoeste), informou o governador Venyamin Kondratyev. Neste último ataque, uma mulher perdeu a vida, acrescentou.
Os serviços de segurança ucranianos (SBU) estão por trás dos ataques às refinarias, disse à AFP uma fonte dessa administração.
Essas instalações "processavam e armazenavam matérias-primas e produtos acabados usados pelo Exército russo", segundo a fonte, que previu mais ataques desse tipo.
A Rússia, por sua vez, continua bombardeando províncias próximas à linha de frente, no sul e no leste da Ucrânia, com saldo de vários mortos e feridos, especialmente na província de Donetsk, onde ocorrem intensos combates.
D.Cunningha--AMWN