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Comitê Olímpico Palestino espera que Paris seja plataforma contra guerra em Gaza
O presidente do Comitê Olímpico Palestino, Jibril Rajoub, declarou, nesta quarta-feira (12), que espera que os Jogos Olímpicos de Paris atraiam mais atenção para a guerra na Faixa de Gaza e a ocupação israelense da Cisjordânia.
"Paris é um grande momento histórico para ir ali falar ao mundo que é hora de dizer chega, já basta", indicou Rajoub durante coletiva de imprensa em Ramallah.
"Por isso, também vamos tentar contar com atletas que venham de Gaza ou que sejam naturais de Gaza", acrescentou.
Rajoub afirmou que "os israelenses perderam seu direito legal e moral de participar [das Olimpíadas] enquanto continuarem com seus crimes" em Gaza e citou a morte de 300 atletas e funcionários do esporte, a destruição de infraestruturas esportivas e o uso de estádios como centros de detenção.
Imagens de meios de comunicação israelenses mostraram dezenas de palestinos despidos, entre eles crianças, detidos no estádio Yarmouk na Cidade de Gaza em dezembro.
Rajoub, que também dirige a Associação Palestina de Futebol, denunciou as dificuldades dos atletas palestinos para viajar e participar de eventos esportivos internacionais, e de treinamento no exterior.
"Apesar de todas as dificuldades, desafios e do ambiente geral, alguém se classificou" para os Jogos Olímpicos, indicou, referindo-se a Omar Ismail, que pratica taekwondo.
"Acho que, ao final, teremos entre seis e oito" atletas em Paris, afirmou, esperando poder se beneficiar do sistema "wildcard", um convite de participação mesmo sem classificação.
Esses números correspondem aos previstos em abril pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.
A guerra em Gaza começou em 7 de outubro, quando combatentes do movimento islamista palestino Hamas mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses.
Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou pelo menos 37.202 pessoas em Gaza, também civis em sua maioria, segundo o Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas.
A.Malone--AMWN