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França prepara homenagem para membros estrangeiros da Resistência 80 anos depois
Seu número é inestimável, assim como sua coragem. Milhares de estrangeiros que se juntaram à Resistência, entre os quais judeus poloneses, comunistas armênios e republicanos espanhóis, arriscaram a própria vida para libertar do jugo nazista a França, que os homenageará oitenta anos depois.
No próximo 21 de fevereiro, os restos mortais do mais famoso membro estrangeiro da Resistência, o comunista armênio Missak Manouchian, vai entrar no templo francês dos "imortais", o Panteão de Paris, representando seus companheiros e companheiras de luta.
"A 'panteonização' de Missak Manouchian se baseia em um símbolo porque permaneceu na memória do povo francês por muitas razões", explica Renée Poznanski, curadora da exposição "Estrangeiros na Resistência na França", em cartaz no Memorial da Shoah, em Paris.
A especialista as enumera: poeta, sobrevivente dos massacres de armênios em 1915 na Turquia atual — que cerca de 30 países consideram um genocídio —, membro-chave da Resistência em Paris, executado pelos alemães em 1944, aos 37 anos...
No entanto, foi o chamado "Affiche rouge", um cartaz vermelho de propaganda nazista contra seu grupo, que imortalizou seu rosto e o de nove de seus companheiros, entre eles o "espanhol vermelho" Alfonso, o "judeu húngaro" Elek, o "comunista italiano" Fontanot e o "judeu polonês" Rayman.
Mas, além de Manouchian, quem eram estes estrangeiros que acabaram lutando clandestinamente para libertar a França?
- "Caldo de cultura" -
A maioria era de "alemães e austríacos antinazistas, republicanos espanhóis que fugiram do franquismo, italianos antifascistas, poloneses que fugiam do antissemitismo, armênios, judeus do leste europeu e da Alemanha", explica o ministério da Defesa francês em um site memorial.
Mas, dos 2,2 milhões de estrangeiros que viviam então na França, segundo este site, "é impossível dar um número" daqueles que se engajaram na Resistência, afirma o historiador Denis Peschanski, outro curador da exposição do Memorial da Shoah.
Parte deles tinha chegado à França então "exaurida" após a Primeira Guerra Mundial, que buscou em "todo el mundo" a "mão de obra" de que precisava, explica Peschanski, citando os poloneses ou o caso de Manouchian, que tinha um "passaporte Nansen" para refugiados apátridas.
Mas a esta imigração econômica, à qual o crack de 1929 põe fim, se somarão pessoas que fugiam de perseguições antissemitas e anticomunistas na Europa, assim como os refugiados e os brigadistas internacionais da Guerra Civil Espanhola.
"Este será o caldo de cultura da Resistência" estrangeira, afirma o especialista. Ela tomará várias formas: milhares de espanhóis se organizaram de "forma autônoma" no sudoeste, também houve grupos italianos no sudeste e outros integraram as unidades urbanas comunistas dos FTP-MOI (algo como Franco-atiradores e Partisans - Mão de Obra Imigrante).
- "Identidade múltipla" e "patriotismo" -
Formados em sua maioria por estrangeiros, os FTP-MOI reúnem dois perfis: "jovens entre 17 e 22 anos", nascidos em famílias muito politizadas; e uma geração mais velha, na faixa dos 32 aos 35 anos, que têm a experiência da clandestinidade ou da guerra na Espanha, Peschanski.
Estas unidades ocupam um lugar central no imaginário dos estrangeiros da Resistência, uma visão "redutiva" para Renée Poznanski, que inclui também aqueles que protegeram os judeus ou inclusive o Comitê Americano de Socorro aos Intelectuais que "salvou" o escritor André Breton.
Sobre os judeus que lutaram nas fileiras das FTP-MOI, para além de sua luta contra a repressão, esta professora emérita da universidade israelense Ben-Gurion do Neguev, ressalta seu "patriotismo" para com o país que escolheram e seu "ideal comunista" de uma "sociedade mais justa".
"Todos têm, além de sua identidade múltipla, um importante apego à França dos direitos humanos", que durante a guerra "não era a França de [o líder da regime de Vichy, marechal Phillippe] Pétain, mas a França da Revolução francesa", reforça Denis Peschanski.
Mas sua luta pela libertação da França foi marcada por perdas, como a de Golda Bancic, a única mulher julgada durante o processo do "grupo Manouchian" em 1944 e que, diferentemente dos 22 homens acusados que foram executados nesta nação, será guilhotinada na prisão alemã de Stuttgart.
Os nomes destes FTP-MOI agora estarão ao lado do túmulo de Manouchian no templo dos imortais porque, como afirmou a Presidência francesa ao anunciar sua "panteonização", "o sangue derramado pela França tem a mesma cor para todos".
J.Oliveira--AMWN