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Gaza sofre novos bombardeios à espera de avanços para uma trégua
Mais de 120 pessoas morreram em 24 horas em ataques israelenses à Faixa de Gaza, informou neste domingo o movimento islamita Hamas, que afirma estudar uma proposta de trégua no território palestino, após quase quatro meses de guerra.
O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, prepara-se para iniciar um giro pelo Oriente Médio, a fim de apoiar negociações que permitam o envio de ajuda humanitária a Gaza e realizar uma nova troca de reféns detidos pelo Hamas por palestinos presos em Israel.
O exército israelense continuou bombardeando a cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, onde afirma que se escondem líderes do Hamas.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 127 pessoas morreram no território palestino nas últimas 24 horas. Também houve bombardeios na cidade de Rafah, fronteira com o Egito, observou um correspondente da AFP.
O medo cresce diante da possibilidade de uma ofensiva militar em Rafah. Nessa cidade, de 200 mil habitantes, mais de 1 milhão de palestinos deslocados se encontram aglomerados em abrigos e acampamentos precários, ameaçados pela escassez e por epidemias.
O premier de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o Exército destruiu "17 dos 24 batalhões" do Hamas. "A maior parte dos que restam estão no sul da Faixa de Gaza e em Rafah, e iremos nos ocupar deles."
- Centro de treinamento do Hamas -
"A pressão sobre o Hamas está funcionando", afirmou o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant. "Estão em uma situação difícil e os estamos atingindo duramente."
O Exército israelense anunciou hoje a morte de um militar, elevando para 225 o número de soldados daquele país mortos em Gaza.
As Forças Armadas de Israel informaram em comunicado que tomaram um centro de treinamento em Khan Yunis onde o Hamas teria preparado o ataque de 7 de outubro, e que encontraram no local maquetes de bases militares israelenses, blindados e pontos de entrada em kibutzim. Durante a incursão, combatentes foram "neutralizados", diz o texto.
- Projeto de trégua -
Na frente diplomática, seguiam as negociações para uma segunda trégua, mais longa do que a de uma semana em novembro, que permitiu a libertação de uma centena de reféns detidos em Gaza em troca de palestinos detidos por Israel.
Israel afirma que 132 reféns continuam detidos em Gaza. Destes, 27 foram declarados mortos pelo Exército.
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que vive no Catar, deve viajar ao Egito para negociar um rascunho de acordo elaborado por mediadores catarianos, americanos e egípcios.
O projeto prevê uma trégua de seis semanas com a libertação de entre 200 e 300 palestinos detidos em Israel em troca de 35 a 40 reféns, segundo fonte do Hamas.
Em Beirute, o líder do Hamas Osama Hamdan disse ontem que é prematuro falar em trégua, e que existe apenas "um acordo-marco que precisa ser estudado".
O conflito gera o receio de uma escalada bélica regional. Israel e o movimento libanês Hezbollah trocam disparos diariamente na fronteira desde o começo da guerra.
O Exército israelense informou hoje que destruiu postos de observação e locais de onde o Hezbollah, aliado do Hamas, teria lançado mísseis.
D.Moore--AMWN