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Combates se intensificam em Gaza, elevando número de mortos
O exército israelense continua travando intensos combates em Gaza, onde o Hamas afirma que morreram quase 25.000 pessoas desde o início da guerra, cujas tensões regionais escalaram na Síria com a morte de quatro iranianos em um ataque atribuído a Israel.
"Quatro conselheiros militares" morreram em um ataque israelense em Damasco, anunciaram os Guardiões da Revolução, exército ideológico do Irã. Segundo a agência iraniana Mehr, entre as vítimas está o chefe de inteligência para a Síria dos Guardiões.
Um correspondente da AFP informou sobre tiros de artilharia e bombardeios no sul de Gaza, especialmente na região de Khan Yunis, epicentro das operações militares.
Segundo o exército, tropas israelenses destruíram "infraestruturas terroristas" em toda a faixa costeira e atingiram lança-foguetes em Khan Yunis.
Neste sábado (20), o Ministério da Saúde do Hamas, que controla Gaza, anunciou que os "ataques" israelenses haviam deixado pelo menos 165 mortos nas últimas 24 horas.
Segundo esta fonte, as operações israelenses em Gaza deixaram 24.927 mortos, a maioria mulheres e menores de idade, e mais de 62.000 feridos.
O conflito começou em 7 de outubro com um ataque sem precedentes contra o território israelense lançado por este grupo islamista, considerado uma organização "terrorista" por Estados Unidos e União Europeia.
Os milicianos do Hamas mataram 1.140 pessoas, majoritariamente civis, segundo contagem da AFP com base no balanço oficial israelense, e sequestraram outras 250, das quais uma centena foram libertadas durante uma trégua em novembro.
- Conflagração regional -
Além de sua operação militar, Israel mantém, desde 9 de outubro, um "cerco completo" a Gaza e exerce um bloqueio praticamente total da entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível.
A Organização Mundial da Saúde lamentou as "condições de vida desumana" para os 2,4 milhões de habitantes deste território devastado. Quase 20.000 bebês nasceram no "inferno" de Gaza desde o início da ofensiva israelense, segundo o Unicef.
O conflito em Gaza também agrava as tensões entre Israel e os grupos armados na região apoiados pelo Irã, como o Hezbollah libanês ou os huthis do Iêmen.
Neste sábado (20), os Guardiões da Revolução iranianos anunciaram a morte de "quatro assessores militares" em um "ataque aéreo executado pelos aviões de combate" israelenses que destruiu um prédio residencial em Damasco.
A agência iraniana Mehr afirmou que no ataque morreram o chefe de inteligência para a Síria dos Guardiões, seu adjunto "e outros dois membros desta força".
O exército israelense, contactado pela AFP, não quis comentar as informações.
Na sexta-feira, os Estados Unidos voltaram a bombardear posições dos rebeldes huthis no Iêmen, depois de eles terem reivindicado a autoria de um ataque contra um petroleiro americano no Golfo de Áden.
E na fronteira israelense-libanesa, outro ponto quente, o exército israelense bombardeou posições do Hezbollah no sul do Líbano, depois que o movimento islamista atacou Israel.
- Choque Biden-Netanyahu -
Os Estados Unidos, principais aliados de Israel e apoiadores-chave em sua guerra contra o Hamas, pediram nas últimas semanas uma redução das vítimas civis em Gaza e defenderam a criação de um Estado palestino como garantia de segurança regional.
No entanto, Netanyahu afirmou que Israel deve "ter o controle da segurança de todo o território a oeste do rio Jordão", o que "contraria a ideia" de um Estado palestino.
O primeiro-ministro falou por telefone na sexta-feira com o presidente americano, Joe Biden, sobre a viabilidade desta solução de "dois Estados".
Após a conversa, a primeira em quase um mês, Biden "ainda acredita na perspectiva e na possibilidade" de um Estado palestino, mas "reconhece que será preciso muito trabalho para chegar lá", informou a Casa Branca.
"A ilusão que Biden apregoa a favor de um Estado da Palestina (....) não engana nosso povo", reagiu, neste sábado, em um comunicado, Izzat al Richiq, membro do escritório político do Hamas.
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, afirmou na sexta-feira que a solução "de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz" e acusou Netanyahu de estar "boicotando" esta via.
"Para impedi-la, chegaram eles mesmos a criar o Hamas. O Hamas tem sido financiado pelo governo de Israel para tentar fragilizar a Autoridade Palestina do Fatah", afirmou.
P.Martin--AMWN