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Desinformação, um risco antes de eleições importantes, segundo Fórum Econômico Mundial
A desinformação constitui um dos maiores riscos para a humanidade neste momento, segundo um estudo do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que destaca o efeito nefasto que pode ter nos processos eleitorais.
Nos próximos dois anos, estão planejadas eleições importantes que levarão cerca de 3 bilhões de pessoas às urnas.
Em meio a um boom no uso da Inteligência Artificial (IA), "o uso generalizado de informação falsa e desinformação, e das ferramentas para divulgá-las, pode enfraquecer a legitimidade dos governos recém-eleitos", segundo o estudo "Global Risks Report" (Relatório de Riscos Globais, em tradução livre), publicado nesta quarta-feira (10) pelo WEF.
"Os problemas resultantes podem ir desde manifestações violentas e crimes de ódio até confrontos civis e terrorismo", afirma este documento, apresentado poucos dias antes de uma nova reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, de 15 a 19 de janeiro.
Os eleitores devem escolher novos líderes nos próximos dois anos em países como Bangladesh, Índia, Indonésia, México, Paquistão, Reino Unido e Estados Unidos, detalha o relatório do Fórum Econômico Mundial.
As cinco principais preocupações são diferentes em cada país, explica a diretora-geral do WEF, Saadia Zahidi, em uma coletiva de imprensa em Londres nesta quarta-feira, especificando que, se os riscos de desinformação "não aparecerem de forma alguma entre essas principais preocupações" para os Estados Unidos, "no caso da Índia, é o risco número um".
Além dos riscos das informações falsas espalhadas involuntariamente e das espalhadas voluntariamente (desinformação), "induzidas pela IA e pela polarização social", este ano há uma "preocupação sobre uma crise persistente no custo da vida", observa o Fórum em um comunicado.
- Relatório pessimista -
Quando há várias guerras em curso, os conflitos armados interestatais estão entre as cinco principais preocupações para os próximos dois anos.
A longo prazo, as condições meteorológicas extremas e as alterações críticas nos sistemas ambientais da Terra se tornam as maiores preocupações.
Preparado em colaboração com a seguradora suíça Zurich Insurance e com a empresa de consultoria Marsh McLennan, o relatório se baseia nas opiniões de mais de 1.400 especialistas em riscos globais, responsáveis políticos e líderes empresariais, entrevistados em setembro de 2023.
O relatório é "muito diferente do ano passado, que no longo prazo ainda mostrava otimismo, enquanto este ano há mais pessimismo", afirma Saadia Zahidi.
Este relatório "é uma projeção. Sim, as perspectivas são muito sombrias. Mas não é de forma alguma uma previsão definitiva do futuro, que está em grande parte nas nossas mãos e nas daqueles que tomam as decisões", acrescentou.
"Os líderes mundiais devem se unir para enfrentar as crises de curto prazo e lançar as bases para um futuro mais resiliente, sustentável e inclusivo", afirmou Zahidi, anteriormente, no comunicado de imprensa.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o presidente israelense, Isaac Herzog, participarão do Fórum de Davos, onde a guerra entre Israel e o Hamas será um tema importante, anunciaram os organizadores.
O presidente francês, Emmanuel Macron, o novo chefe de Estado argentino, Javier Milei, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também estarão entre os mais de 60 chefes de Estado e de Governo presentes.
P.M.Smith--AMWN