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Rússia promete responder após ataque que deixou 14 mortos em Belgorod
A Rússia acusou a Ucrânia do ataque que deixou 14 mortos neste sábado (30) em Belgorod, um dos mais letais para a população civil em território russo desde o início do conflito, e prometeu responder, um dia depois dos bombardeios em larga escala que deixaram 39 mortos em território ucraniano.
"De acordo com informações atualizadas, 12 adultos e duas crianças foram mortas em Belgorod", disse o Ministério de Situações de Emergência da Rússia no Telegram, acrescentando que "108 pessoas, incluindo 15 crianças, ficaram feridas".
Imagens publicadas na internet mostram automóveis em chamas, edifícios com janelas quebradas e colunas de fumaça preta na cidade.
A Ucrânia realiza regularmente ataques contra a Rússia, especialmente nas regiões mais próximas de seu território, mas o número de vítimas costuma ser muito menor.
Moscou pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU após o ataque, que foi marcada para este sábado, às 16h de Nova York (18h em Brasília).
"Hoje [sábado], às 16h00 de Nova York [18h em Brasília], uma reunião do Conselho de Segurança da ONU requisitada pela Rússia vai acontecer em relação aos ataques em Belgorod", informou a missão russa em suas redes sociais. Outros três integrantes do Conselho confirmaram, em condição de anonimato, essa informação à AFP.
O Ministério da Defesa da Rússia, por sua vez, garantiu que o ataque não ficará "impune".
As forças russas conseguiram interceptar dois mísseis e "a maioria" dos foguetes lançados contra a cidade, acrescentou o ministério, o que evitou um número de mortes "infinitamente mais grave". Contudo, vários foguetes e destroços de mísseis caíram sobre Belgorod.
O presidente russo Vladimir Putin foi "informado" do ataque contra "áreas residenciais" da cidade, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo as agências de notícias russas.
A Ucrânia, em contrapartida, ainda não reagiu às acusações russas.
- Corpos sob escombros -
A Ucrânia seguia contando seus mortos neste sábado, após os intensos bombardeios do dia anterior contra várias cidades do país, inclusive a capital, Kiev.
A onda de ataques, uma das mais violentas desde o início da guerra há quase dois anos, teve como alvo edifícios, uma maternidade e um centro comercial, mas também infraestruturas industriais e militares.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou neste sábado que, "por ora, infelizmente 39 pessoas morreram" em todo o país, e acrescentou que por volta de 100 pessoas ficaram feridas.
"Cerca de 120 cidades e povoados foram afetados", declarou, acrescentando que as operações de busca prosseguiam.
Apenas em Kiev, pelo menos 16 pessoas morreram nesta sexta, segundo a administração local.
Hoje, corpos continuavam sendo retirados dos escombros nessa cidade, onde os ataques letais tinham diminuído nos últimos meses.
Este ataque foi "o maior em termos de vítimas civis", afirmou neste sábado o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, que declarou o 1º de janeiro como um "dia de luto".
Segundo o porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuri Ihnat, trata-se do "ataque com mísseis mais intenso" do conflito, sem contar os primeiros dias da guerra.
- A ajuda se esgota -
Esta notícia é preocupante para Kiev, na medida em que a ajuda ocidental começa a perder força, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o que aumenta o risco de esgotamento do fluxo de munições e dinheiro.
Neste sábado, Zelensky fez um novo apelo a seus aliados, garantindo que armar a Ucrânia é "uma maneira de proteger vidas".
"Cada manifestação do terror russo mostra que não podemos esperar para oferecer assistência aos que estão lutando", argumentou.
Palavras que se assemelham às de seu homólogo americano, Joe Biden, que pediu aos congressistas de seu país que "atuem sem mais delongas" para ajudar Kiev.
Washington acaba de liberar um novo fundo de 250 milhões de dólares (R$ 1,2 bilhão), o último sem uma nova votação no Congresso, que se nega, por ora, a autorizar mais ajuda.
Já na Europa, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, vetou um novo pacote de ajuda da União Europeia (UE), um problema que os europeus esperam resolver em uma cúpula em fevereiro de 2024.
A.Jones--AMWN