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Sérvia vota em eleições legislativas em contexto de inflação recorde
Os sérvios comparecem às urnas neste domingo (17) em eleições legislativas antecipadas que provavelmente verão o partido no poder, do presidente populista Aleksandar Vucic, estender seu governo, em um cenário de inflação recorde.
As seções eleitorais abriram às 7h (3h no horário de Brasília) e fecham às 20h (16h em Brasília). Os primeiros resultados são esperados à noite.
De acordo com as últimas pesquisas, o Partido Progressista Sérvio (SNS), do presidente populista Aleksandar Vucic, mantém uma vantagem de dois dígitos sobre a principal coalizão da oposição.
Vucic tem aparecido quase diariamente na televisão nos últimos dias para pedir votos para o SNS, brandindo a ameaça de caos no país, caso a maioria não seja renovada.
"Não se trata de mim, do meu desejo de permanecer no poder. Trata-se de eles destruírem tudo. Levaríamos 20 anos para reparar tudo", disse ele durante um dos últimos comícios de campanha.
Vucic enfrenta uma nova coligação, nascida das manifestações multitudinárias contra a violência que abalaram o país em maio, após a morte de 19 pessoas em dois ataques a tiros - um deles, em uma escola primária. As manifestações rapidamente se transformaram em protestos contra o governo que duraram meses.
Unidos sob o lema "Sérvia contra a violência", os partidos da coalizão fizeram campanha, defendendo "uma vida sem medo dos poderosos", uma sociedade pacífica e uma melhoria da situação econômica.
- Inflação -
Apesar de seu nome não aparecer na cédula, Vucic permaneceu muito presente no período que antecedeu a votação, em "outdoors", em arranha-céus e em canais de notícias.
Assim como muitos países do mundo, a Sérvia, um dos países mais pobres do continente europeu, foi atingida por uma inflação galopante que atingiu os dois dígitos e que pesa, principalmente, sobre os alimentos. A taxa de inflação anual ultrapassou os 15% na primavera, antes de cair para 8% em novembro.
Vucic prometeu dobrar os salários médios mensais nos próximos anos, se permanecer no poder, e continuar a aumentar as aposentadorias.
A campanha também foi marcada pelo controle do lado presidencial sobre a imprensa. Segundo vários estudos, o presidente ocupou sozinho 40% do tempo de transmissão dedicado ao noticiário.
Também consagrou o retorno à política de figuras ultranacionalistas do passado, como Vojislav Seselj. Mentor político de Vucic quando este ainda era membro do Partido Radical Sérvio (extrema direita), Seselj foi condenado por crimes contra a humanidade pela Justiça internacional.
P.Silva--AMWN