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Novos reféns são libertados antes de prorrogação da trégua entre Israel e Hamas
Onze reféns israelenses que estavam na Faixa de Gaza e 33 presos palestinos foram libertados na noite de segunda-feira (27), no âmbito de uma trégua nos combates entre Israel e o grupo islamista Hamas, que deve ser estendida até a quinta-feira.
Os 11 reféns israelenses estão em Israel agora, anunciou o Exército. "Após um exame médico inicial, nossas forças vão acompanhá-los até se reunirem com suas famílias", acrescentou em nota.
A autoridade prisional israelense anunciou pouco depois da meia-noite que 33 presos palestinos tinham sido libertados "durante a noite" sob os termos do acordo de trégua.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, anunciou na rede social X, o antigo Twitter, que os palestinos soltos são 30 menores e três mulheres, enquanto os reféns libertados pelo Hamas "incluem três cidadãos franceses, dois cidadãos alemães e seis cidadãos argentinos", todos com dupla cidadania.
A Argentina, que identificou pelo menos 21 cidadãos desaparecidos ou cativos no ataque de 7 de outubro, comemorou sua entrega, mas pediu "a libertação imediata e incondicional de todos os reféns", declarou, em nota, sua chancelaria.
O cessar-fogo, negociado com mediação de Catar, Egito e Estados Unidos, entrou em vigor na sexta-feira por um período inicial de quatro dias.
O pacto contempla a libertação de três palestinos presos por cada refém e permitiu a entrada de ajuda humanitária em Gaza, sitiada e devastada após sete semanas de bombardeios israelenses, lançados em resposta ao ataque violento do Hamas em Israel em 7 de outubro.
Nesta segunda-feira, União Europeia e Otan aumentaram a pressão para prolongar o cessar-fogo, depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter feito o mesmo.
Um porta-voz do governo israelense informou que o país propôs nesta segunda-feira ao Hamas "uma opção" para estender a trégua e receber "50 reféns adicionais".
A opinião pública israelense, traumatizada pelo ataque sem precedentes cometido pelo Hamas em outubro, exige a libertação de mais reféns.
O acordo inicial previa a libertação de 50 reféns dos mais de 200 detidos em Gaza e a libertação de 150 prisioneiros palestinos em prisões israelenses.
- 'Mais reféns liberados' -
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou no domingo, após uma conversa com Joe Biden, que o acordo contemplava "cláusulas que preveem a libertação de dez reféns adicionais a cada dia" e que era uma "bênção".
No entanto, assim que a trégua for finalizada, Israel voltará a seu objetivo de "eliminar o Hamas", acrescentou.
Nesta segunda, o primeiro-ministro tinha previsto solicitar um "orçamento de guerra" de 30 bilhões de shekels (R$ 39 bilhões).
"Meu objetivo e o nosso é garantir que esta pausa continue além de amanhã [segunda-feira] para que possamos ver mais reféns liberados e mais ajuda humanitária", declarou Biden.
O alto representante de política externa da União Europeia, Josep Borrell, instou uma trégua "duradoura enquanto se trabalha por uma solução política".
"Peço uma extensão da pausa que permitirá trazer o alívio que o povo de Gaza tanto necessita, e a liberação de mais reféns", disse, por sua vez, Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan.
O Irã, que apoia o Hamas, também pediu que a trégua entre em "um processo duradouro", indicou Nasser Kanani, porta-voz da Chancelaria do país.
- Moradores de Gaza presos -
Entre os mortos estão mais de 300 militares ou integrantes das forças de segurança israelenses.
Em Gaza, alvo de bombardeios incessantes e de uma ofensiva terrestre desde 27 de outubro, a operação israelense deixou 14.854 mortos, incluindo 6.150 menores de idade, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
A comissão de prisioneiros da Autoridade Palestina acusa o Exército israelense de ter detido mais de 100 moradores de Gaza durante a ofensiva, temendo "que tenham sido assassinados".
Israel proporcionou uma vez "o número de 105 prisões, mas sem nenhum detalhe sobre o destino dessas pessoas", indicou Qaddura Fares, chefe desse órgão governamental.
- 'Sem água potável e comida' -
A trégua ofereceu um alívio aos moradores de Gaza, mas a situação humanitária continua "perigosa" e as necessidades "sem precedentes", afirmou a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
Desde a sexta-feira, centenas de caminhões com ajuda entraram na Faixa de Gaza, onde Israel aplica desde 9 de outubro um "cerco total", que impede o abastecimento de água, comida, energia elétrica e remédios.
"Deveríamos enviar 200 caminhões por dia durante pelo menos dois meses para responder às necessidades", declarou à AFP Adnan Abu Hasna, porta-voz da UNRWA, antes de informar que, em algumas áreas, não há "água potável, nem comida".
Mais de metade das residências do território foi danificada ou destruída pela guerra, que provocou o deslocamento de 1,7 milhão dos 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU.
A.Malone--AMWN