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Rishi Sunak completa um ano em Downing Street com pouco a celebrar
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, completa na quarta-feira (25) um ano à frente do governo conservador, embora em um ambiente nada festivo, já que as pesquisas o colocam bem abaixo do líder trabalhista Keir Starmer, com as eleições do próximo ano no horizonte.
As eleições parciais da última quinta-feira, em que os trabalhistas conquistaram dois deputados em dois redutos historicamente dominados pelos conservadores, sugerem que se aproxima o fim do mandato do Partido Conservador, após treze anos de governo.
Uma pesquisa publicada na semana passada deu aos trabalhistas uma vantagem de 12 pontos sobre os conservadores, enquanto outras pesquisas recentes situaram a diferença em 20 pontos.
Sunak prometeu estabilidade ao país, depois do breve e criticado mandato de Liz Truss, que enlouqueceu os mercados devido às dúvidas para assumir a dívida pública gerada pela ideia da primeira-ministra de reduzir impostos para as faixas de renda mais elevadas.
"Sunak pode sentir-se satisfeito por ter trazido alguma estabilidade ao que, em outubro de 2022, era um cenário caótico, no qual o governo britânico se tornou uma espécie de piada entre os observadores internacionais", explica à AFP Mark Garnett, professor de Ciências Políticas na Universidade de Lancaster.
"No entanto, os conservadores estão muito atrás dos trabalhistas nas pesquisas de opinião", acrescenta.
- Cinco prioridades -
Quando chegou a Downing Street, há apenas um ano, Sunak desenhou um roteiro ambicioso com cinco prioridades, em um momento péssimo para os conservadores.
O governo de Liz Truss foi precedido pelo mandato de Boris Johnson, que renunciou em 2022 após vários escândalos, como as festas organizadas em Downing Street em meio ao confinamento pela covid-19.
Para reconquistar o eleitorado, os objetivos de Sunak eram reduzir a inflação pela metade, fazer a economia crescer em um país onde os preços sobem a um ritmo vertiginoso, reduzir a dívida nacional, reduzir as listas de espera nos centros de saúde e acabar com à chegada de embarcações irregulares de migrantes procedentes do outro lado do Canal da Mancha.
"Existe a possibilidade de ele não conseguir cumprir nenhuma das cinco promessas. A menos que as coisas mudem muito rápido, o segundo ano de Sunak como primeiro-ministro será provavelmente o último", explica Garnett.
- Migrantes e saúde -
Sunak não conseguiu acabar com a chegada de imigrantes sem documentoss em embarcações que atravessam o Canal da Mancha, que separa o Reino Unido do resto do continente europeu. Mais de 26.000 pessoas já chegaram à costa britânica este ano, contra 46.000 registradas em 2022.
Além disso, as greves dos médicos do NHS prejudicaram o plano de Sunak de reduzir as listas de espera.
"Ele não transmite autoridade, não dá necessariamente a impressão de controlar os acontecimentos", explica à AFP Tim Bale, autor de um livro sobre a direita conservadora desde o Brexit e cientista político da Universidade Queen Mary de Londres.
O.Norris--AMWN