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Israel intensifica bombardeios em Gaza antes de incursão terrestre
Israel bombardeou a Faixa de Gaza em larga escala na madrugada deste domingo (22), depois de anunciar que intensificaria os ataques antes de uma incursão terrestre, duas semanas após o início da guerra desencadeada por uma ofensiva sem precedentes do movimento islamista palestino Hamas em seu território.
Além disso, o governo dos Estados Unidos anunciou que reforçará seu dispositivo militar na região para evitar um conflito generalizado.
Segundo o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, ao menos 80 pessoas morreram no enclave na madrugada de sábado para domingo.
A cidade de Rafah, próxima da fronteira com o Egito no sul, foi um dos alvos dos bombardeios, que também atingiram Gaza, de acordo com os correspondentes da AFP.
"A partir de hoje, intensificaremos nossos ataques sobre a Faixa de Gaza, com o objetivo de reduzir os riscos para nossas forças nas próximas etapas do conflito", afirmou no sábado o porta-voz do Exército israelense, o general Daniel Hagari.
Após o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel prometeu "aniquilar" o movimento islamista palestino.
"Vamos entrar em Gaza, vamos cumprir um objetivo operacional, destruir a infraestrutura e os terroristas do Hamas, e vamos fazer isto com profissionalismo", declarou, também no sábado, p comandante do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi.
As autoridades israelenses informaram que mais de 1.400 pessoas morreram no país no ataque de 7 de outubro, a maioria civis, que foram baleados, queimados vivos ou mutilados pelos combatentes do Hamas.
Dentro da Faixa de Gaza, ao menos 4.385 palestinos, a maioria civis, morreram nos bombardeios israelenses de represália das últimas duas semanas, segundo o ministério da Saúde do Hamas.
O Exército de Israel concentrou dezenas de milhares de soldados nas fronteiras do território estreito, onde vivem 2,4 milhões de palestinos.
Uma operação terrestre no enclave superpopuloso, repleto de armadilhas e túneis, e contra combatentes do Hamas habituados com a batalha e que mantêm mais de 200 reféns israelenses e estrangeiros, será sem dúvida perigosa.
"Gaza é complexa, densamente povoada, o inimigo está preparando muitas coisas, mas nós também estamos nos preparando para eles", alertou o general Halevi. "E teremos em mente as fotografias e as imagens, assim como os mortos de duas semanas atrás", acrescentou.
- Família dizimada -
A seis quilômetros da fronteira com Gaza, o kibutz de Beeri, onde combatentes do Hamas massacraram pelo menos 100 pessoas, se prepara para mais funerais.
"Não tenho certeza se algum de nós consegue assimilar e compreender o que aconteceu", declarou Romy Gold, ex-paraquedista de 70 anos, que se prepara para acompanhar os funerais de cinco integrantes da mesma família.
"Precisamos de garantias de que não voltará a acontecer. E esta não é a sensação que temos", acrescentou.
O Exército israelense matou quase 1.500 combatentes do Hamas na contraofensiva para recuperar o controle das áreas atacadas no sul do país.
Em 15 de outubro, Israel pediu aos civis do norte da Faixa de Gaza que seguissem para o sul para procurar abrigos contra os bombardeios.
- Situação "catastrófica" em Gaza -
Os bombardeios também prosseguem no sul de Gaza. As autoridades do Hamas informaram que nove pessoas morreram em um ataque em Khan Yunis no sábado à noite.
Segundo a ONU, ao menos 1,4 milhão de palestinos foram deslocados desde o início do conflito e a situação humanitária no território é "catastrófica".
A Faixa de Gaza é alvo de um "cerco total" desde 9 de outubro, sem o fornecimento de água, alimentos e energia elétrica.
No sábado, um primeiro comboio com ajuda humanitária entrou no território palestino pelo posto de Rafah, na fronteira com o Egito. A passagem, a única que não é controlada por Israel, voltou a ser fechada após a entrada de 20 caminhões.
A ONU calcula que seriam necessários ao menos 100 caminhões diários para atender as necessidades de todos os habitantes de Gaza.
- Reforço dos EUA -
As hostilidades também alcançaram a fronteira entre o norte de Israel e o sul do Líbano, com ataques recorrentes entre o Exército israelense e o grupo Hezbollah pró-Irã, aliado do Hamas.
O Hezbollah "arrasta o Líbano para uma guerra da qual não obterá nenhum benefício, mas na qual se arrisca a perder muito", advertiu o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus.
Diante da "escalada do Irã e de suas forças próximas", o governo dos Estados Unidos anunciou a ativação de vários sistemas de defesa antimísseis "em toda a região" e a mobilização prévia de recursos militares adicionais.
Israel ordenou a evacuação de dezenas de comunidades no norte de seu território. No Líbano, milhares de pessoas também fugiram das áreas de fronteira na cidade de Tiro.
Desde 7 de outubro, 90 pessoas morreram na Cisjordânia ocupada em ataques do Exército ou de colonos israelenses, segundo o ministério palestino da Saúde.
O Forças de Defesa de Israel anunciaram neste domingo que mataram "agentes terroristas" dos grupos palestinos Hamas e Jihad Islâmica que planejavam atentados, em um ataque aéreo contra uma mesquita na cidade Jenin (Cisjordânia),
O Crescente Vermelho em Jenin informou que uma pessoa morreu e três ficaram feridas no ataque. O ministério palestino da Saúde anunciou que dois homens morreram no ataque.
Em outros setores da Cisjordânia, um palestino morreu em uma incursão militar em Nablus e outro faleceu em Tubas.
Além disso, bombardeios israelenses deixaram os dois principais aeroportos da Síria, em Damasco e Aleppo, fora de serviço, informou a imprensa estatal.
D.Cunningha--AMWN