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Dissidentes das Farc e governo da Colômbia se reúnem para formar acordo de paz
Delegados do governo colombiano e da antiga guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia(Farc) se reúnem a partir desta quinta-feira(31) até domingo nas montanhas do sudoeste do país "para avançar na formação da Mesa de Negociações de Paz", informou o governo.
O encontro no departamento de Cauca "será fechado e confidencial" e servirá para chegar a um consenso sobre a "agenda de temas" anteriores à negociação como "protocolos de respeito à população civil e de cessar-fogo", indicou o gabinete do Alto Comissariado para a Paz em nota.
Os diálogos terão como objetivo desmobilizar o Estado-Maior Central (EMC), o principal grupo dissidente das Farc, que se recusou a assinar o acordo de paz em 2016.
Vestido como civil e acompanhado por cerca de dez homens com fuzis e trajes camuflados, o negociador-chefe do EMC conhecido como Andrey Avendaño confirmou na quarta-feira o início destas novas aproximações com o governo de esquerda de Gustavo Petro.
De uma zona rural de Cauca, Andrey condicionou as negociações a um acordo de cessar-fogo. "Não faz sentido que alguns conversem enquanto outros se enfrentam na floresta", disse a jornalistas.
Emboras as partes já tivessem avançado em direção a um diálogo, as negociações esfriaram após acusações mútuas de ataques e violações ao acordado.
O primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia tenta uma solução negociada para seis décadas de conflito armado, por meio de diálogos de paz com todas as organizações ilegais.
Na véspera de Ano Novo, Petro anunciou um cessar-fogo bilateral de seis meses com os principais grupos, incluindo o EMC.
Porém, a trégua foi suspensa em maio em quatro regiões do país por ordem do governo após o assassinato de quatro menores indígenas nas mãos de dissidentes. Desde então, o conflito se agravou em departamentos como Cauca com assassinatos e atentados com explosivos.
Com cerca de 3.500 combatentes, o EMC disputa uma sangrenta batalha com outros grupos armados pelo controle da mineração ilegal e do narcotráfico, no maior produtor de cocaína do mundo.
Rebeldes, traficantes, paramilitares e agentes estatais se enfrentam há mais de meio século em uma guerra que já deixou mais de nove milhões de vítimas.
A.Malone--AMWN