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Negociações sobre o Sudão estão paralisadas, afirma diplomata saudita
As negociações na Arábia Saudita para um cessar-fogo entre os generais sudaneses em conflito não registraram "nenhum avanço importante" até o momento, afirmou nesta segunda-feira (8) à AFP uma fonte diplomática saudita, que reduziu as expectativas por uma trégua após três semanas de combates.
O comandante do exército do Sudão, Abdel Fatah al Burhan, e o general rival Mohamed Hamdan Daglo, líder das paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR), enviaram representantes no sábado à cidade saudita de Jidá, no Mar Vermelho, para um diálogo.
Estados Unidos e Arábia Saudita descreveram a discussão como "conversações prévias a uma negociação".
O objetivo é obter um "cessar-fogo que seja eficaz no curto prazo, preparar o envio de ajuda humanitária, restabelecer os serviços essenciais e estabelecer um calendário mais amplo de negociações para acabar com o conflito de forma permanente", informou nesta segunda-feira o ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita.
Os dois lados começaram a "discutir as medidas de segurança que devem ser implementadas para facilitar o envio urgente de ajuda humanitária e restaurar os serviços essenciais", acrescentou a diplomacia de Riad.
Porém, um importante diplomata saudita que declarou à AFP, sob a condição de anonimato, que até o momento não foi registrado "nenhum avanço importante".
"O tema cessar-fogo não está sobre a mesa. Cada lado acredita que é capaz de vencer a batalha", disse.
O secretário para Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, desembarcou em Jidá no sábado com o objetivo de reunir-se com os representantes das duas partes, mas seu papel no processo não está bem definido.
Uma fonte da ONU disse nesta segunda-feira que Griffiths "pediu para participar nas negociações", mas que a solicitação ainda não foi aprovada.
Desde o início do conflito, em 15 de abril, foram anunciadas várias tréguas, mas nenhuma delas foi respeitada.
Os combates violentos deixaram centenas de mortos, milhares de feridos e provocaram vários alertas sobre uma crise humanitária "catastrófica". Mais de 100.000 pessoas fugiram do Sudão nas últimas semanas.
O.M.Souza--AMWN