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Ligas e sindicato de jogadores apresentam queixa contra a Fifa na Comissão Europeia
A Fifa tomou "decisões unilaterais", "infringe a lei de livre concorrência da União Europeia e constitui notavelmente um abuso de posição dominante", segundo o FIFPro Europa e as Ligas Europeias, que anunciaram nesta terça-feira (23) que apresentaram uma queixa na Comissão Europeia contra a entidade máxima do futebol.
O FIFPro é o sindicado mundial de jogadores, enquanto as Ligas Europeias reúnem mais de mil clubes de 33 países do continente.
Segundo o comunicado conjunto de ambos, a conduta da Fifa em relação ao calendário internacional "prejudicou os interesses econômicos das ligas nacionais e o bem-estar dos jogadores", e seu papel como reguladora e organizadora de competições é um conflito de interesses.
A Fifa foi acusada de não fazer consultas sobre mudanças recentes no calendário, como a introdução de um Mundial de Clubes com 32 equipes, previsto para junho e julho de 2025 nos Estados Unidos, que terá 12 representantes europeus.
Por isso, muitos dos principais jogadores do continente serão obrigados a participar em um momento no qual deveriam ter férias ao final da temporada, um ano antes da Copa do Mundo de 2026.
"O calendário internacional de jogos já está mais do que saturado e se tornou insustentável para as ligas nacionais e um risco para a saúde dos jogadores", disseram FIFPro e Ligas Europeias.
"As decisões da Fifa nos últimos anos favoreceram repetidamente suas próprias competições e interesses comerciais, negligenciaram sua responsabilidade como órgão dirigente e prejudicaram os interesses econômicos das ligas nacionais e o bem-estar dos jogadores", acrescenta a nota conjunta.
- Decisões unilaterais -
"As ligas nacionais e os sindicatos de jogadores, que representam os interesses de todos os clubes e de todos os jogadores em nível nacional, e regulam as relações trabalhistas através de soluções acordadas coletivamente, não podem aceitar que as regulações globais sejam decididas unilateralmente".
"A ação legal é agora o único passo responsável para que as ligas europeias e os sindicatos de jogadores protejam o futebol, seu ecossistema e sua força de trabalho das decisões unilaterais da Fifa".
A declaração se refere à sentença sobre a Superliga do Tribunal de Justiça da União Europeia ditada em dezembro do ano passado, que exigiu que a Fifa e outros órgãos dirigentes exerçam suas funções reguladoras de maneira transparente, objetiva, não discriminatória e proporcional.
A denúncia chega depois que a Associação de Jogadores Profissionais da Inglaterra e sua homóloga francesa, a UNFP, iniciaram em junho uma ação nos tribunais da Bélgica para determinar em última instância se a conduta da Fifa violou os direitos dos jogadores segundo a lei da União Europeia.
L.Harper--AMWN