- Cresce apoio a Blake Lively, vítima de suposta campanha de difamação
- AI saúda condenação da Corte IDH a El Salvador por negar aborto a mulher doente
- Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024
- Inter vence Como (2-0) e segue na caça à líder Atalanta no Italiano
- EUA deporta para a Colômbia cofundador do Cartel de Medellín
- Vice do Equador pode voltar ao cargo após decisão favorável da Justiça
- Israel reconhece que matou líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho, no Irã
- Fifa modifica regra de transferências após 'caso Diarra'
- Congresso de El Salvador aprova volta da mineração de metais, promovida pelo presidente
- Cinco pontos sobre o canal do Panamá, na mira de Trump
- Presidente francês anuncia o quarto governo do ano
- Protesto anti-imigração da extrema direita alemã após atropelamento fatal
- Pelo menos um morto e 16 desaparecidos após queda de ponte entre Tocantins e Maranhão
- Torcedores que comemoraram gol de bisneto de Mussolini com saudação fascista são investigados
- Crianças raptadas de abrigo por membros de seita judaica na Guatemala são recuperadas
- Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista em eleições questionadas
- Tenista australiano Max Purcell é suspenso provisoriamente por doping
- Monza, lanterna da Serie A, demite treinador Alessandro Nesta
- Suspeito de matar CEO em NY se declara inocente de assassinato como ato 'terrorista'
- Corte Constitucional de Moçambique confirma vitória do partido governista nas eleições
- Valencia, penúltimo no Espanhol, demite técnico Rubén Baraja
- Wallace & Gromit estão de volta neste Natal para enfrentar a IA
- Oxfam: apenas 12 caminhões entregaram alimentos e água no norte de Gaza desde outubro
- Rússia exibe pequeno mamute quase intacto de mais de 50.000 anos
- Polícia prende suspeito de atear fogo em mulher no metrô de Nova York
- Pelo menos dois mortos e 12 desaparecidos após queda de ponte entre Tocantins e Maranhão
- Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua
- Marcas de luxo ocidentais permanecem na Rússia apesar das sanções
- Caças da Otan: patrulha permanente para proteger os países bálticos da Rússia
- Biden comuta as penas de 37 condenados à morte
- Honda e Nissan anunciam início de negociações para fusão
- Presidente do Equador ordena aumentar busca por adolescentes desaparecidos em ação militar
- Trump promete 'deter a loucura transgênero' em seu primeiro dia de governo
- Famílias pedem devolução de crianças resgatadas de seita judaica na Guatemala
- Trump anuncia que designará cartéis mexicanos como terroristas
- PSG bate Lens nos pênaltis e avança na Copa da França; Olympique e Monaco goleiam
- Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal
- Mais de 3.000 crianças indígenas morreram em internatos nos EUA (Washington Post)
- Atalanta vence 11ª seguida e retoma liderança do Italiano; Juve bate lanterna
- Musk, presidente dos EUA? 'Não pode ser', garante Trump
- Novo homem forte da Síria promete controle estatal de todas as armas no país
- Roberto Mancini admite que trocar Itália por Arábia Saudita foi um erro
- Brasileiro João Fonseca é campeão do NextGen ATP Finals
- Primeiro-ministro da Eslováquia faz visita surpresa a Putin
- Dortmund bate Wolfsburg e vence 1ª fora de casa no Campeonato Alemão
- Dois pilotos dos EUA sobrevivem à destruição de avião 'por engano' no Mar Vermelho
- Dez membros da mesma família morrem em acidente aéreo em Gramado
- Salah brilha e líder Liverpool atropela Tottenham; United perde em casa
- Fontana di Trevi de Roma é reaberta após várias semanas de limpeza
- Real Madrid bate Sevilla e sobe para 2º no Campeonato Espanhol
Vítimas de Al Fayed contam realidade cotidiana de agressão sexual, ameaças e medo
Centenas de mulheres acusaram Mohamed Al Fayed de agressão sexual e estupro após a exibição de um documentário da BBC em setembro. Entre elas, Jen e Cheska contaram à AFP a violência que sofreram, assim como a lei do silêncio imposta pelo ex-dono da Harrods.
"Parecia um trabalho dos sonhos", relata Jen, que tinha 16 anos quando começou a trabalhar na Harrods, a grande loja de departamentos londrina, que na época representava o máximo do glamour e pertencia ao magnata egípcio Al Fayed.
Jen trabalhou na Harrods de 1986 a 1991.
Cheska Hill-Wood entrou na loja de departamentos aos 19 anos, em 1994. Al Fayed, falecido no ano passado aos 94 anos, estava presente em sua primeira entrevista de trabalho.
A jovem estudante de belas-artes acredita que os colaboradores de Al Fayed a contactaram após verem sua foto em uma revista. "Suponho que meu rosto atendia às exigências", comenta.
Naquele momento, ela esperava ter uma experiência de trabalho "extraordinária". "Era jovem e ingênua", comenta ela agora.
Após serem contratadas, tanto Jen (que pediu para não ter seu sobrenome revelado) quanto Cheska tiveram que se submeter a um exame ginecológico realizado por um médico da Harrods.
O médico "queria saber se estava 'limpa'", diz Jen, hoje com 54 anos. "Quando lhe perguntei o que isso significava, ele me disse que precisava saber se era virgem", acrescentou.
- "Chocada" -
Mohamed Al Fayed logo lhe exigiu que não tivesse namorado: "Não nos era permitido ter relações sexuais com ninguém", lembra Jen.
Sem querer "entrar em detalhes", ela conta que durante os cinco anos em que trabalhou na Harrods sofreu "várias agressões sexuais", como uma tentativa de estupro no escritório de Mohamed Al Fayed e outra na casa em Londres do magnata em Park Lane.
Na época, ela não contou nada a ninguém. "Eu me sentia envergonhada e chocada demais", diz Jen, que assim como tantas outras mulheres que acusam Al Fayed relata que suas palavras e gestos no escritório eram registrados por escuta telefônica e vigiados por câmeras.
Quando iniciou às escondidas um relacionamento afetivo, Mohamed Al Fayed a chamou e lhe mostrou uma lista de lugares aos quais ela tinha ido com o namorado.
"Isso me fez perceber que não estava paranoica: realmente estavam me seguindo", afirma.
"Achava que era a única que passava por isso", continua Jen, que agora se diz "horrorizada" com o número de mulheres que acusam Al Fayed de abusos.
Só em 19 de setembro, quando a BBC exibiu o documentário "Al Fayed: um predador na Harrods", contou ao seu marido e a seus pais o calvário que tinha vivido havia mais de três décadas.
Após a exibição do filme, a Harrods, que passou para mãos cataris em 2010, "condenou energicamente" a conduta de seu ex-proprietário e se desculpou por ter "abandonado" as vítimas.
Desde 19 de setembro, a Harrods mantém diálogos com "mais de 250" delas para chegar a um acordo extrajudicial.
- Um "monstro" impune -
Cheska Hill-Wood contou à sua mãe o ocorrido imediatamente depois de ter sido agredida. A jovem queria ser atriz e Mohamed Al Fayed se ofereceu para apresentá-la ao seu filho, Dodi, produtor de cinema.
Uma noite, ao sair do escritório, Al Fayed a levou a seu quarto com o pretexto de submetê-la a um teste para um filme sobre Peter Pan.
Precisou vestir rouba de banho e declamar diante de uma câmera o suposto trecho de um roteiro, que se limitava a uma única frase: "Por favor, me possua, me possua".
O então sexagenário a asseou e beijou à força. Cheska conseguiu fugir e não voltou mais a pisar nem no escritório, nem na Harrods.
Tanto Jen quanto Cheska contaram rapidamente o ocorrido à imprensa.
Jen fez seu relato à revista Vanity Fair nos anos 1990. Exigiu o anonimato, mas o encarregado de segurança da Harrods entrou em contato com ela para ameaçá-la, assim como à sua família.
Al Fayed processou a revista por difamação, mas o caso foi resolvido mediante um acordo após a morte de seu filho, Dodi, ao lado da princesa Diana, em 1997, "por respeito a um pai em luto".
Cheska também deu seu testemunho na década de 1990 a um documentário que nunca chegou a ser exibido.
Em 2017, voltou a fazê-lo, desta vez abertamente, para a emissora de TV britânica Channel Four. "Mas depois, não aconteceu nada (...) A polícia não investigou" Mohamed Al Fayed e ela lembra ter se sentido desesperada.
Ambas contam a "raiva" que sentiram quando Al Fayed morreu no ano passado. "Este monstro absoluto morreu sem ser julgado", diz Cheska, que agora tem 50 anos.
Cheska espera agora que a justiça aja contra "todas as pessoas que fizeram o trabalho sujo para ele, como arranjar consultas médicas e recrutar mulheres".
L.Miller--AMWN