- Xi Jinping diz a Biden que China está pronta para trabalhar com o governo de Trump
- Antes do G20, Lula defende 'voz das ruas' sobre 'voz dos mercados'
- Quase 100 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são soltos e MP promete 225
- Holanda goleia Hungria (4-0) e avança às quartas da Liga das Nações
- Alemanha atropela Bósnia (7-0) e garante liderança do grupo na Liga das Nações
- Sinner e Fritz vão à final do ATP Finals dois meses depois do US Open
- Quase um quinto dos casos de dengue pode ser atribuído à mudança climática, afirma estudo
- 'Gritem, protestem, reivindiquem', diz Lula a movimentos sociais antes do G20
- Nadal diz que só jogará Copa Davis se estiver 'pronto'
- Israel realiza intensos bombardeios contra redutos do Hezbollah no Líbano
- Tempestade tropical Sara deixa um morto, inundações e comunidades isoladas em Honduras
- Ao menos 70 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são libertados
- Ex-advogado de Trump condenado por difamação entrega carro e relógios de luxo
- Fritz derruba Zverev e vai à final do ATP Finals
- Manifestantes realizam marcha pró-Palestina antes do G20 no Rio de Janeiro
- Técnico do México é ferido na cabeça por torcedores em derrota para Honduras
- Ao menos 10 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são libertados
- Centro educacional da ONU na Cisjordânia teme por seu futuro e por jovens palestinos
- Bombardeios israelenses prosseguem contra redutos do Hezbollah no Líbano
- Em visita a Buenos Aires, Macron tentará fazer com que Milei se una ao 'consenso internacional'
- Negociações da COP29 estagnadas antes do G20 e da chegada dos ministros
- Guitarra de Noel Gallagher leiloada por US$ 286.000
- Zelensky quer o fim da guerra com a Rússia em 2025 por 'meios diplomáticos'
- Biden e Xi se reúnem antes do temido retorno de Trump
- Rússia intensifica o cerco aos últimos civiles no leste da Ucrânia
- Incêndio em hospital indiano mata 10 recém-nascidos
- Mike Tyson perde para Jake Paul em seu retorno aos ringues
- Peru e Chile empatam sem gols no fechamento da rodada das Eliminatórias
- Em jogo com final emocionante, Uruguai vence Colômbia pelas Eliminatórias
- BID contribuirá com até US$ 25 bi para aliança de Lula contra a fome
- Jogo entre Romênia e Kosovo é suspenso por cânticos de torcedores
- Líbano analisa plano dos EUA para cessar-fogo entre Israel e Hezbollah
- Portugal avança às quartas da Liga das Nações com mais um recorde de CR7
- Espanha vence Dinamarca e termina em 1º do grupo na Liga das Nações
- Na Apec, Biden e Xi alertam sobre "mudanças" e "turbulências" ante retorno de Trump
- Zverev e Ruud avançam à semifinal do ATP Finals; Alcaraz é eliminado
- China estuda resistência de tijolos no espaço para construir base na Lua
- Juventus anuncia rescisão de contrato com Pogba, suspenso por doping
- Monumento aos heróis do levante do Gueto de Varsóvia é vandalizado na Polônia
- Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok
- Biden lidera abertura da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump
- Comediante Conan O'Brien apresentará o próximo Oscar
- 'Momentos difíceis': Noboa abre sessão final da Cúpula Ibero-Americana no Equador
- Conmebol muda sede do Sul-Americano Sub-20 de 2025 do Peru para Venezuela
- Vini Jr. volta a decepcionar na Seleção, que não convence
- Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel
- Zverev avança à semifinal do ATP Finals; Alcaraz é eliminado
- Dorival convoca Alex Telles e Dodô para jogo contra o Uruguai
- 'IA não traz nenhum benefício para a sociedade', afirma ativista Sage Lenier
- 'IA não traz nenhum benefício para a socidade', afirma ativista Sage Lenier
Mães pobres em prisões lotadas, a outra face da guerra às drogas na Colômbia
Solteira e sem dinheiro para manter seus filhos, Ana Tabares aceitou preparar comida em um laboratório de cocaína até ser presa como chefe do tráfico. Mas o governo da Colômbia, convencido do fracasso da guerra às drogas, lhe abriu uma janela para deixar a prisão.
A mulher, que na época tinha 36 anos, cozinhava para produtores do pó branco em uma área rural fronteiriça com o Equador. Em 2019, militares e policiais invadiram a tiros o acampamento improvisado onde ela trabalhava.
Tabares foi capturada juntamente com outras três pessoas em meio a uma dura guerra às drogas no país que mais produz cocaína no mundo. Um juiz desconsiderou suas súplicas e a condenou a dez anos e oito meses de prisão por tráfico e produção de entorpecentes.
Seu caso, assim como o de outras milhares de mulheres pobres presas por crimes vinculados ao narcotráfico são estudados pelo governo do presidente Gustavo Petro, que pediu para "acabar com a irracional guerra contra as drogas" liderada pelos Estados Unidos há décadas.
Petro propõe deixar de perseguir camponeses cultivadores de coca e outros trabalhadores de baixo perfil na rede do tráfico, mas endurecer as operações contra os grandes chefões do tráfico e as redes de lavagem de dinheiro.
O chefe de Tabares não foi pego e nunca foi para a prisão. "Sempre somos os menos envolvidos os que pagamos o pato", queixa-se esta mulher em entrevista à AFP no Buen Pastor, principal presídio feminino de Bogotá, onde ela passa os dias limpando e pintando peças de cerâmica que são vendidas em seguida.
Há um ano, Petro sancionou uma lei que permite às mães chefes de família e de baixa renda cumprir suas penas fora da prisão, fazendo trabalhos sociais com autorização de um juiz.
Graças a esta lei e através de um lento processo, uma dezena de mulheres foi libertada. Tabares espera sair da prisão e reencontrar uma filha que chegou à maioridade enquanto ela estava atrás das grades, e com um menino de 12 anos, deixado aos cuidados de uma tia.
O Ministério da Justiça estima que 37% das 7.000 condenadas nas superlotadas prisões da Colômbia tenham cometido crimes relacionados com o narcotráfico e o microtráfico. Apenas 15% dos homens estão presos por estes crimes.
- "Precisam de mim" -
Apesar do apoio milionário dos Estados Unidos e da morte de barões da cocaína, como Pablo Escobar, a Colômbia não consegue pôr fim ao narcotráfico.
"O diagnóstico é que a guerra às drogas foi altamente custosa em recursos financeiros, mas talvez de forma ainda mais grave em vidas", afirma Camilo Umaña, vice-ministro da Justiça.
Além disso, "muitas pessoas (...) acabaram nas prisões por crimes relacionados com os tráficos", "enquanto os delitos, por exemplo, de lavagem de ativos, onde se concentra grande parte da riqueza, são praticamente inexistentes", diz.
Angie Hernández passou quase quatro anos presa. Sua dependência ao 'bazuco' - droga similar ao crack - a levou a viver nas ruas de Bogotá e municípios vizinhos, onde também distribuía a substância.
Na sua ausência, seus dois filhos, de 15 e 13 anos, moram com a avó. O mais velho deixou a escola.
"Sinto que precisam de mim", diz a mulher de 34 anos, que pede para esconder o rosto. "Tenho telefonado e eles vão dormir sem comer", acrescenta.
Ela conta que um juiz analisa seu caso e espera poder sair da prisão.
- "Diabo" -
Em 2019, 79% das mulheres presas por narcotráfico ou crimes similares na Colômbia tinham entre um e cinco filhos, segundo relatório daquele ano do Escritório da ONU contra as Drogas e o Crime. Sessenta por cento foram mães antes de chegar à maioridade.
A ONG Escritório em Washington para Assuntos Latino-americanos (WOLA) estima que mais de 40% das mulheres presas nas Américas foram presas por crimes relacionados com as drogas.
Isabel Pereira, cientista política do centro de estudos 'DeJusticia', afirma haver "uma tendência latino-americana a criminalizar más condutas" com "castigos mais severos", e isto atinge a população feminina sem estudo, com empregos informais e a cargo de vários filhos.
O relatório da ONU mostra que apenas 19% das detentas colombianas concluiu os estudos, quase uma condenação ao desemprego.
Em 2023, Estefany Villa, de 30 anos, perdeu o trabalho. Ela conta que seus filhos, hoje com 11, 8 e 5 anos, passavam fome, e por isso aceitou esconder 'bazuco' e maconha em casa em troca de dinheiro.
"Literalmente me apareceu o diabo", diz, aos prantos. "Você faz isso porque é uma necessidade. São crianças pequenas que pedem todos os dias café-da-manhã, almoço e janta", explica.
Ela espera que a nova lei do governo a ajude. Caso contrário, terá que cumprir mais de quatro anos no Buen Pastor.
Y.Aukaiv--AMWN