- Ao menos 10 detidos nos protestos pós-eleições na Venezuela são libertados
- Centro educacional da ONU na Cisjordânia teme por seu futuro e por jovens palestinos
- Bombardeios israelenses prosseguem contra redutos do Hezbollah no Líbano
- Em visita a Buenos Aires, Macron tentará fazer com que Milei se una ao 'consenso internacional'
- Negociações da COP29 estagnadas antes do G20 e da chegada dos ministros
- Guitarra de Noel Gallagher leiloada por US$ 286.000
- Zelensky quer o fim da guerra com a Rússia em 2025 por 'meios diplomáticos'
- Biden e Xi se reúnem antes do temido retorno de Trump
- Rússia intensifica o cerco aos últimos civiles no leste da Ucrânia
- Incêndio em hospital indiano mata 10 recém-nascidos
- Mike Tyson perde para Jake Paul em seu retorno aos ringues
- Peru e Chile empatam sem gols no fechamento da rodada das Eliminatórias
- Em jogo com final emocionante, Uruguai vence Colômbia pelas Eliminatórias
- BID contribuirá com até US$ 25 bi para aliança de Lula contra a fome
- Jogo entre Romênia e Kosovo é suspenso por cânticos de torcedores
- Líbano analisa plano dos EUA para cessar-fogo entre Israel e Hezbollah
- Portugal avança às quartas da Liga das Nações com mais um recorde de CR7
- Espanha vence Dinamarca e termina em 1º do grupo na Liga das Nações
- Na Apec, Biden e Xi alertam sobre "mudanças" e "turbulências" ante retorno de Trump
- Zverev e Ruud avançam à semifinal do ATP Finals; Alcaraz é eliminado
- China estuda resistência de tijolos no espaço para construir base na Lua
- Juventus anuncia rescisão de contrato com Pogba, suspenso por doping
- Monumento aos heróis do levante do Gueto de Varsóvia é vandalizado na Polônia
- Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok
- Biden lidera abertura da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump
- Comediante Conan O'Brien apresentará o próximo Oscar
- 'Momentos difíceis': Noboa abre sessão final da Cúpula Ibero-Americana no Equador
- Conmebol muda sede do Sul-Americano Sub-20 de 2025 do Peru para Venezuela
- Vini Jr. volta a decepcionar na Seleção, que não convence
- Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel
- Zverev avança à semifinal do ATP Finals; Alcaraz é eliminado
- Dorival convoca Alex Telles e Dodô para jogo contra o Uruguai
- 'IA não traz nenhum benefício para a sociedade', afirma ativista Sage Lenier
- 'IA não traz nenhum benefício para a socidade', afirma ativista Sage Lenier
- As diversas vozes da esquerda que tentam se fazer ouvir antes do G20 no Rio
- Cúpula Íbero-Americana chega à sessão final sem a presença de líderes
- EUA e China abrem cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump
- À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro
- Partido do presidente de Sri Lanka conquista maioria absoluta nas legislativas
- Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história
- Executivos do petróleo marcam presença na COP29 e ONGs denunciam lobistas
- Sul de Beirute é alvo de bombardeios após alerta do Exército israelense
- Dominicano Juan Luis Guerra é o grande vencedor do Grammy Latino
- Ataque russo deixa milhares sem calefação no sul da Ucrânia
- Plata e Valencia brilham em goleada do Equador sobre a Bolívia (4-0) nas Eliminatórias
- Paraguai surpreende e vence Argentina de virada (2-1) nas Eliminatórias
- Biden e Xi chegam a Lima para reunião bilateral e cúpula da Apec
- Kanye West disse que "judeus controlavam as Kardashians", segundo nova ação
- PF investiga ataque fracassado ao STF como 'ato terrorista'
- Justiça boliviana reconhece nova direção de partido do governo sem Evo Morales
'Há muitos soterrados': sobrevivente questiona balanço de colapso em mina na Venezuela
Pedro se salvou graças ao almoço. Tinha acabado de parar de procurar ouro em uma mina ilegal no sul da Venezuela para comer e, ao retornar, por pouco não foi engolido por um deslizamento de terra que deixou ao menos 16 mortos.
A tragédia ocorreu na terça-feira na mina "Bulla Loca", no estado de Bolívar, onde as autoridades reportaram, ainda, 16 feridos e 208 evacuados.
Pedro garante que "há mais" vítimas fatais.
"Vi um dos meus amigos esmagados até a metade", conta à AFP este homem de 46 anos que pediu para ser identificado com outro nome, temendo represálias. "Meus colegas de mina foram esmagados [...] Eu estava tirando material. Fui embora, comi e quando cheguei outra vez ao barranco, tive a chance de dar um passo atrás. Caí, mas [só] me machuquei, tive alguns hematomas".
"Começamos a tirar vários mortos", continua.
"Nesse dia, sem contar os feridos, tiramos 25 mortos, inclusive indígenas", conta. "Sem exagerar, acho que 30 pessoas estão soterradas aí. Eram 500 garimpeiros em sete ou oito metros. Tem muita gente soterrada, mas não estão limpando onde os mortos estão na realidade [porque] é perigoso".
O governador de Bolívar, Ángel Marcano, assegurou, nesta sexta-feira, que os trabalhos de buscas serão mantidos por um mês, embora não espere encontrar mais corpos.
"Não escondo a verdade", insistiu, retrucando o que dizem os moradores de La Paragua [povoado mais próximo da mina], convencidos, assim como Pedro, de que o número de vítimas é maior.
- Pagamentos em ouro -
Bulla Loca ficava em terra indígena, onde é permitida a mineração artesanal, embora esta operação fosse ilegal, segundo o governo.
Marcano anunciou reuniões em breve com os garimpeiros da região para "tirá-los da ilegalidade" e "criar condições de segurança em seu trabalho".
Os veios ilegais são geridos por grupos criminosos, afirmam ambientalistas e ativistas, que denunciam "um ecocídio" na região pela proliferação deste tipo de exploração de minério. Membros das comunidades indígenas costumam ser cooptados.
Segundo Pedro, o acampamento era dirigido por indígenas da etnia pemón armados, em coordenação com uma antiga quadrilha que atua na área.
Tudo é pago em gramas de ouro: a entrada, a saída, a comida e, inclusive, o uso da geladeira.
Os "donos" - que têm brigadas e maquinário e recebem uma espécie de "licença" para a exploração principal do veio - devem pagar um tributo à comunidade equivalente a 10% da produção, além de um pedágio de "um grama" (o equivalente a um grama de ouro ou US$ 52 dólares, cerca de R$ 260 reais) pela entrada e pela saída de cada garimpeiro.
É proibido tirar fotos ou fazer vídeos com o celular.
- 'Tarde demais' -
Segundo Pedro, as vítimas estavam no pedaço de terra que se atribui aos garimpeiros para procurar ouro depois dos "donos".
Pedro cresceu perto de La Paragua e no garimpo, embora não praticasse a atividade há oito anos, pois esteve trabalhando na agricultura. Familiares o convenceram a voltar para o garimpo e foi assim que acabou em Bulla Loca.
Ali, viu muita gente trabalhando pela primeira vez em uma mina que "morreu por não ter conhecimento".
"Imagino que a situação do país os levou a gastar o pouquinho de dinheiro que ganharam na cidade, 100, 200 dólares [500, 1.000 reais, aproximadamente], porque, para chegar lá, é preciso gastar cerca de 200 dólares, fora a comida", afirma, em alusão à crise sem precedentes na Venezuela, onde a economia encolheu 80% em uma década e levou sete milhões de pessoas a emigrar.
No dia da tragédia, os garimpeiros estavam "famintos por tirar ouro" e "invadiram" a mina antes que o dono terminasse. Segundo o relato de Pedro, uma "capitã indígena" inundou a mina com água em represália.
"Não se deram conta de que o solo estava se abrindo e era tarde demais", lembra. "Foi como um funil."
T.Ward--AMWN