- Real Madrid goleia Osasuna com hat-trick de Vini, mas perde Militão por lesão
- Após decepção na Champions, PSG volta a vencer no Francês
- Princesa Kate assiste a cerimônia militar em Londres
- Liverpool vence e consolida liderança; City perde 4ª seguida
- Juventus vence Torino em clássico; Milan tropeça com Cagliari
- Biden vai receber Trump na Casa Branca para iniciar transição
- Protesto em Valencia reúne milhares contra gestão de inundações
- City leva virada do Brighton e sofre 4ª derrota consecutiva
- Irã pede que Trump 'mude' política de 'pressão máxima'
- Em jogo de 6 gols, Milan empata com Cagliari no Campeonato Italiano
- Coco Gauff vence Qinwen Zheng e é campeã do WTA Finals
- Léo Ortiz e Gabriel Martinelli são convocados para substituir Militão e Rodrygo na Seleção
- Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica
- Espanha nega entrada de contêiner suspeito de levar armas para Israel
- Catar deixa de ser mediador na guerra em Gaza, diz fonte diplomática
- Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações
- Bonzi vence Norrie e é campeão do ATP 250 de Metz
- Canadense Denis Shapovalov é campeão do ATP 250 de Belgrado
- Havana recupera lentamente a energia após apagão total depois de passagem de furacão
- Menino libanês se recupera depois de 14 horas sob escombros após ataque israelense
- Militão sofre grave lesão no joelho e perderá o restante da temporada
- Bayern vence St Pauli e se mantém líder isolado no Alemão
- Barcelona anuncia novo acordo com a Nike
- Roma inaugura passarela sobre Fontana di Trevi em restauração do monumento
- Califórnia lidera nova 'resistência a Trump'
- Com hat-trick de Vini, Real Madrid goleia Osasuna no Espanhol
- Alemanha em crise comemora 35 anos da queda do Muro de Berlim
- As ameaças para a saúde da mudança climática
- Brasil aumenta meta de redução de gases de efeito estufa até 2035
- EUA revela acusações de suposta conspiração iraniana para assassinar Trump
- Separatistas do Baluchistão matam 26 pessoas em estação de trem no Paquistão
- Empresário vinculado ao PCC é executado no aeroporto de Guarulhos
- Os indicados às principais categorias do Grammy 2025; Anitta é a única representante brasileira
- Beyoncé lidera a corrida pelo Grammy com 11 indicações
- Beyoncé lidera corrida ao Grammy com 11 indicações; Anitta é única representante brasileira
- Bolivianos veneram crânios humanos com música e oferendas na Festa das Ñatitas
- Justiça adia julgamento de ex-presidentes do Panamá por caso Odebrecht
- Olympique de Marselha perde em casa e coloca vice-liderança no Francês em risco
- Freiburg perde pênalti e empata sem gols com Union Berlin no Alemão
- Procurador pede suspensão de processo contra Trump por interferência nas eleições de 2020
- CBF nega ter procurado Guardiola para assumir a Seleção
- Polícia de Londres pede a órgão supervisor que examine queixas do caso Al-Fayed
- Clubes ou empresas? Uma discussão que Milei trava com o futebol argentino
- Grupo da ONU denuncia violações dos direitos humanos em universidades da Nicarágua
- Manifestantes impedem que presidente do Parlamento austríaco preste homenagem pela Noite dos Cristais
- Após vitória de Trump, Orban diz que é preciso 'passar da guerra à paz'
- Líderes da UE definem como prioridade avanço das reformas econômicas
- Maioria das mortes em Gaza é de mulheres e crianças, segundo a ONU
- Gauff elimina Sabalenka e vai enfrentar Zheng pelo título do WTA Finals
- City e Aston Villa tentam reencontrar vitória na 11ª rodada do Inglês
Dos Alpes ao México, sobreviventes de câncer conquistam as 'Cumbres de la Esperanza'
"A montanha, mais do que um esporte, é uma terapia", diz Ximena Gutiérrez, de 22 anos, se preparando para alcançar, de muletas, a cúpula do vulcão Pico de Orizaba, leste do México, ao lado de um grupo de mexicanos e franceses sobreviventes de câncer.
A jovem sofreu amputação de uma perna devido à doença, assim como Erika García (23), Fernando (18) e David (30) Hernández, que, ao lado dela, também tentam conquistar os 5.610 metros do chamado "Citlaltépetl", a montanha mais alta do México.
Os dez alpinistas do grupo participam do desafio "Cumbres de la esperanza" (Picos da esperança, em tradução livre), no qual Ximena e seus colegas mexicanos escalaram em julho do ano passado, junto com os franceses, uma montanha nos Alpes. Agora, os europeus estão no México para retribuir a visita.
Uma noite de adaptação em um refúgio a 4.200 metros de altitude deu início à aventura, que continuou com uma viagem de cinco a seis horas, por caminhos íngremes e cheio de rochas vulcânicas.
A neve fresca complica a subida de Ximena, Erika e Fernando, que usam muletas, enquanto David usa uma prótese no joelho esquerdo. Os três sobreviveram a um osteossarcoma - um câncer ósseo agressivo que afeta crianças e adolescentes.
"Sempre me surpreendo com o que posso fazer, com o que sou capaz. Acredito que é o início de uma descoberta sobre mim mesma", afirma Ximena, que superou a doença aos 15 anos e agora é maquiadora profissional.
O grupo chega ao acampamento base, a 4.900 metros de altitude e aos pés da geleira, que se reflete no céu ao pôr do sol.
Na tranquilidade do entardecer, Carla Bohème, de 19 anos, se recupera enquanto é confortada por sua irmã Maria. Enquanto isso, 'sherpas' das montanhas mexicanos montam as barracas.
"É como quando enfrentamos a doença, vamos até o final, lutamos. Não é fácil. Há altos e baixos", explica a estudante, natural da cidade francesa de Franche-Comté.
Quatro dias antes de viajar para o México, Carla soube que o câncer nasofaríngeo diagnosticado aos nove anos se manifestou pela terceira vez.
"Eu disse a mim mesma: não me importa, vou mesmo assim. Vou aproveitar ao máximo. Enquanto estou aqui, os médicos estão pesquisando que terapia podem me dar quando eu voltar", comenta Carla, que, acompanhada de outros alpinistas, conclui sua jornada.
Para quem vai até o cume, a gélida noite enfrentada em sacos de dormir termina à 1h da manhã - momento de retomar a caminhada com equipamentos de alta montanha.
Sem grande dificuldade técnica, a conquista da geleira continua sendo um desafio: quatro avançam em corda com um guia, bastões de esqui e crampons. A respiração começa a dificultar ao chegar nos 5.300 metros, e a inclinação atinge até 35 graus.
Depois de passar entre cinco e sete horas na neve e no gelo, uma dezena de alpinistas finalmente alcança a cratera e toca o cume após o amanhecer, quando o céu exibe um degradê em tons de preto, laranja e azul.
Agora, Ximena repete sua proeza de 2022.
"Me sinto poderosa", afirma sorridente, enquanto observa a imponente vista panorâmica do topo: os estados de Puebla e Tlaxcala, no centro, e os vulcões La Malinche (4.105 m), o Iztaccíhuatl (5.201 m) e o popular Popocatépetl (5.419 m), o único atualmente ativo, coroado por sua eterna fumarola.
Para Erika, que chora de emoção, é sua primeira vez em um cume.
"Sou muito sortuda por viver coisas que muitas pessoas não puderam viver", expressa a jovem, ao lembrar das "pessoas que se foram".
O organizador dessa escalada, Mathieu Dornier, carrega as fotografias de Emilie e Valérie, suas duas irmãs falecidas por leucemia nas décadas de 1980 e 1990.
"As Cumbres de la Esperanza começaram há 30 anos na França", destaca Dornier, um empresário francês radicado no México há duas décadas.
"Quando uma das minhas irmãs teve uma recaída pela segunda vez, meu pai lhe disse: 'Quando estiver em remissão (ou seja, com uma intensidade menor da doença), subirá ao Mont Blanc'", lembra.
"Assim, quando ela estava em remissão, quis convidar mais jovens. Há 30 anos, entre 20 e 25 pessoas sobem ao Mont Blanc e a outros picos de Chamonix", acrescenta.
Após a morte de seu pai, em 2022, Mathieu e sua irmã Pauline decidiram continuar a aventura das "Cumbres de la Esperanza" em ambos os lados do Atlântico "para dar aos sobreviventes de câncer a oportunidade de se superar".
Em meio a forte emoção, o grupo se despediu no domingo. "Ganhamos algumas batalhas e perdemos outras", escreveu Mathieu em uma mensagem de agradecimento na rede social Facebook. "A luta continua".
O.Johnson--AMWN